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Face Oculta: «Sem consciência da gravidade da situação»

O ex-director comercial da O2, ex-braço direito de Godinho, começou a falar em tribunal

O ex-director comercial da O2, que pertence a Manuel Godinho, o principal arguido no processo «Face Oculta», admitiu esta terça-feira não ter «a mínima consciência da gravidade da situação» no início deste caso.

«O primeiro sinal sério foi quando o Ministério Público (MP) propôs a prisão preventiva. Foi a primeira vez que senti que as coisas não eram bem como estava a pensar e que teriam uma gravidade superior», disse Namércio Cunha, nas primeiras declarações que prestou ao tribunal.

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O antigo braço direito de Manuel Godinho considerou ainda que a proposta do MP foi «uma surpresa e um rude golpe», já que sempre se mostrou disponível para colaborar.

Namércio Cunha, que pediu para depor logo no início da sessão da manhã quebrando o silêncio a que se remeteu desde o início do julgamento que está a decorrer no tribunal de Aveiro, explicou que o «momento fulcral» deste processo foi quando decretaram o arresto da sua casa.

«É do conhecimento público que as minhas posses são normais. A minha casa foi concluída antes de entrar na O2 e foi muito duro perceber que a única coisa que tenho estava em risco», afirmou.

Questionado pelo juiz presidente Raul Cordeiro sobre a abrangência do seu depoimento, o arguido referiu que pretendia prestar declarações em toda a plenitude dos factos, na sequência do que já fez na fase anterior.

«Pretendo continuar com aquilo que tenho feito, que é colaborar no processo para o esclarecimento da verdade. Chegou o dia de falar. Estou à disposição para falar sobre todos os assuntos», declarou.

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O gestor afirmou ainda manter as declarações que prestou nos autos, perante o Juiz de Instrução, a Polícia Judiciária e o MP, adiantando, contudo, ter hoje «uma consciência e uma visão diferente do que tinha anteriormente».

Praticamente no final da sessão, o juiz presidente começou a ler algumas das declarações prestadas por Namércio Cunha perante o Juiz de Instrução.

Pontualmente, o magistrado interrompia a leitura para perguntar ao arguido se queria acrescentar alguma coisa, obtendo quase sempre a resposta que as declarações prestadas na Judiciária eram «mais esclarecedoras».

A sessão foi interrompida cerca das 17:40 e prosseguirá na quarta-feira de manhã com a continuação do depoimento de Namércio Cunha.

A 17.ª sessão do julgamento ficou ainda marcada pela conclusão do depoimento do inspector da PJ António Costa que foi ouvido como testemunha no âmbito da sua participação na investigação que envolveu sobretudo as relações comerciais entre a REN e a O2.

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