A ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, afirmou esta terça-feira ser «ainda muito cedo» para fazer um balanço sobre a reforma do mapa judiciário, adiantando, contudo, que o Citius «foi o que correu menos bem».
Segundo a ministra, «é obvio que o que aconteceu foi que a equipa técnica, com toda a clareza, informou o grupo de trabalho e apresentou como se estivesse tudo pronto e assim foi».
«Foi o que correu menos bem na reforma, há que encará-lo com toda a clareza, embora as pessoas pudessem continuar a usar meios alternativos, como se sabe», disse.
«Não podíamos ter uma pessoa a julgar crime de manhã e cível à tarde», disse, negando ainda a ideia de que com o novo mapa judiciário a justiça tenha ficado mais longe.
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À saída da iniciativa, questionada pelos jornalistas sobre os problemas em torno das falhas do Citius, a ministra considerou que já não há dúvidas quanto ao que aconteceu.
«Algum dos senhores estaria apto, estando à frente da redação do vosso jornal, a resolver um problema informático se vos dissessem que estava tudo bem?», questionou, adiantando que «se houver um processo» [em tribunal] o encarará «com toda a naturalidade, sempre que defenda interesses públicos».
Dois ex-técnicos do sistema informático Citius, que foram ilibados da suspeita de sabotagem daquela plataforma, apresentaram queixa por denúncia caluniosa, num caso que envolve a ministra da Justiça.
O inquérito por denúncia caluniosa de Paulo Queirós e Hugo Tavares contra a ministra da Justiça transitou para a comarca Lisboa Norte, porque a diretora do DIAP de Lisboa é testemunha no processo.
Em resposta à agência Lusa, a Procuradoria-Geral da República indicou na semana passada que a queixa de Paulo Queirós e Hugo Tavares, contra Paula Teixeira da Cruz, deu entrada no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, tendo o inquérito sido remetido para a comarca Lisboa Norte, dado que a diretora daquele departamento, Maria José Morgado, é indicada como testemunha.
«Estes factos levaram a diretora do DIAP de Lisboa a suscitar, perante a procuradora-geral distrital de Lisboa, um pedido de escusa e impedimento, propondo a redistribuição do processo ao Ministério Público da comarca mais próxima», refere a resposta da PGR.
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