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Advogados: «Bastonário vai dar cabo da profissão»

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Afirmou José Miguel Júdice. Marinho Pinto «desvaloriza»

José Miguel Júdice afirmou esta sexta-feira que o bastonário eleito da Ordem dos Advogados «vai falhar rotundamente» neste mandato de três anos e «vai dar cabo da profissão, se o deixarem», mas Marinho Pinto desvaloriza a «profecia».

«Acho que ele vai falhar rotundamente e vai criar bodes expiatórios daqui para a frente. Vai dar cabo da profissão, se o deixarem», disse José Miguel Júdice no Centro Regional do Porto da Universidade Católica, num debate em que também participou António Marinho Pinto.

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Na conferência, Marinho Pinto recusou-se a responder a Júdice, mas à saída disse que não encarava as palavras do antigo bastonário da Ordem dos Advogados (OA) como crítica, mas sim como uma «profecia».

«Isso é uma profecia, não é uma crítica. Nem sei sequer se será o desejo dele. Essas pitonisas [mulheres que adivinham] da desgraça são próprias da história. Não me preocupa», afirmou o novo bastonário.

Apesar das críticas, Júdice disse desejar que os seus receios não se confirmem, sublinhando que dentro de três anos saberá reconhecer o erro se a sua previsão não se confirmar.

«Mas desejo que seja o melhor»

«Desejo profundamente que Marinho Pinto seja o melhor bastonário da história da advocacia portuguesa, mas acho que as suas características não o permitem ser. Deus queira que me engane, que eu não tenha razão», salientou.

Para José Miguel Júdice, Marinho Pinto «é um populista como populista foi Mussolini e como populista é Hugo Chávez» e «foi em parte eleito por advogados que, estando dentro da Ordem, não querem que outros entrem».

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«É um personagem de Balzac, é um Gastignac de pacotilha. Digo isto com toda a tranquilidade e convicção», frisou Júdice, criticando o novo bastonário por ter sido eleito com a imagem de «presidente do Sindicato dos Advogados Desfavorecidos».

Suspeitas na profissão

José Miguel Júdice criticou também Marinho Pinto por ter levantado suspeitas sobre a profissão ao afirmar, sem nomear, que há sociedades de advogados envolvidas em corrupção.

O ex-bastonário opôs-se ainda à intenção de Marinho Pinto de impor numerus clausus no acesso à profissão.

José Miguel Júdice criticou também o bastonário cessante, afirmando que Rogério Alves não soube unir a classe, nem fez uma aproximação aos candidatos que derrotou em 2004.

Marinho Pinto reconheceu ter cometido excessos de linguagem, mas frisou que, em 20 anos de advocacia, nunca foi alvo de um processo disciplinar.

«Reconheço, e sempre reconheci, que muitas vezes me excedo», afirmou, apelando ao respeito pelo resultado democrático das eleições para bastonário, que ganhou «com a maior votação de sempre» e «em todos os locais, excepto em duas mesas de voto em Lisboa».

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