Dezenas de comerciantes afectados pelas inundações na Baixa de Setúbal só conseguiram entrar nas lojas ao final da tarde e outros ainda aguardam pela descida das águas na Praça do Bocage.
Cerca de uma dezena de viaturas com água acima dos puxadores das portas, lojas inundadas e um barco dos bombeiros a transportar algumas pessoas que precisavam sair de casa era o cenário visível ao final da tarde na Praça do Bocage, uma das zonas mais afectadas pelo mau tempo na cidade de Setúbal.
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As marcas que o temporal deixou
Os comerciantes faziam conta aos prejuízos mas, cerca das 18:30, alguns ainda nem sequer tinham conseguido entrar nas lojas. «Estou à espera que baixe o nível da água», disse à Lusa Manuel Henrique, proprietário de uma loja de tintas e artes decorativas junto à Praça do Bocage.
«Não sei o que vou encontrar. Tudo avariado com certeza. Não faço a mínima ideia dos prejuízos que tenho mas são avultados, porque tenho muitas coisas de Belas Artes e uma máquina de afinação de tinta», acrescentou.
O proprietário do café Flôr do Sado, na Avenida Luísa Todi, Álvaro Félix, passou o dia a tirar água do estabelecimento enquanto fazia um primeiro levantamento dos prejuízos. «A arca frigorífica ficou completamente inundada e ainda não liguei o balcão. Vou deixá-lo secar primeiro», disse.
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«Estou a apanhar água desde as nove da manha e os prejuízos são elevados. Para um pequeno comerciante como eu, que vive a contar os tostões, é muito complicado» disse Álvaro Félix, enquanto retirava os últimos baldes de água do interior do estabelecimento.
Na sequência da forte trovoada e da chuva intensa que se abateu sobre a cidade de Setúbal a meio da manhã, os Bombeiros Sapadores receberam mais de 200 pedidos de socorro.
Na zona do Bonfim, o telhado de uma casa de piso térreo não resistiu à intempérie e acabou por ceder, deixando uma família de cinco pessoas desalojada.
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