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Mondego volta a invadir mosteiro de Santa Clara em Coimbra

"Débito do caudal da água no Parque Verde ultrapassa os 1.300 m3 de água por segundo", diz comandante dos Sapadores. Situação pode vir ainda a piorar. Autarca admite abertura de diques no Mondego

O Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, em Coimbra, voltou este sábado a ser inundado pelas águas do Mondego, que submergiram também as esplanadas do Parque Verde e ameaçam a localidade de Cabouco.

O comandante dos Bombeiros Sapadores de Coimbra, Paulo Palrilha, confirmou à agência Lusa que os acessos ao mosteiro e parte do edifício gótico foram invadidos por águas com cerca de metro e meio de altura, com a subida do rio a isolar a montante cerca de 30 habitações na povoação do Cabouco.

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O rio voltou também a inundar as esplanadas do Parque Verde, que há um mês tinham sido praticamente destruídas pelo temporal, e provocou estragos na margem contrária, na chamada Praça da Canção.

"O débito do caudal da água no Parque Verde ultrapassa os 1.300 m3 de água por segundo", relata o comandante dos Sapadores, que acredita que a situação pode vir ainda a piorar ao longo da próxima noite, uma vez que "as bacias do Ceira e do Mondego estão a sofrer o efeito das chuvas que não param de cair".

Ao início da tarde, a Comissão Municipal de Proteção Civil de Coimbra acionou o Plano Especial de Emergência para Cheias e Inundações para fazer face a incidentes provocados pelo mau tempo e à subida das águas do Mondego.

"A ativação deste plano prende-se com o registo de várias cheias e inundações que levaram ao corte da circulação em algumas vias e de o débito de água na ponte-açude superar 1.200 m3 de água por segundo", refere uma nota da Câmara de Coimbra.

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Autarca admite abertura de diques no Mondego 

O presidente da Câmara de Coimbra, Manuel Machado, admite a necessidade de, durante a noite, ser necessário abrir os diques fusíveis da bacia do Mondego, para conter a subida das águas do rio.

As previsões apontam para que, durante a noite, volte a chover com intensidade e “não excluímos a possibilidade de ter de abrir os diques fusíveis”, para travar a subida do nível das águas no leito do rio, disse à agência Lusa o autarca.

Por isso também a Câmara já alertou as populações ribeirinhas, a jusante de Coimbra, para que “adotem medidas tendentes a minimizar estragos e se coloquem em posições seguras, desde logo a si próprias, bem como animais e bens que possam sofrer danos".

Mas mesmo sem a abertura dos diques fusíveis, aliviando o leito do rio pelo espraiamento da água, há possibilidade de inundações, se a chuva voltar a cair durante a noite com a mesma intensidade com que se fez sentir durante o dia, sublinhou Manuel Machado.

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O recurso aos diques de segurança será adotado, no entanto, de modo a minimizar tanto quanto possível os seus efeitos, no Baixo Mondego, considerando, designadamente, “tanto quanto possível, as marés, salientou o presidente da Câmara de Coimbra e responsável pela Proteção Civil municipal.

“A situação está difícil”, mas todas as entidades envolvidas estão a atuar de forma coordenada, assegurou Manuel Machado, referindo que “já foi pedido o reforço de meios público e privados” para “socorrer, na medida possível, a todas as situações”.

Ao longo do dia de sábado o mau tempo fez-se sentir em toda a região Centro, especialmente na zona da bacia do Mondego, sendo Coimbra uma das áreas mais afetadas. Além do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, as águas do Mondego submergiram também as esplanadas do Parque Verde e ameaçaram a localidade de Cabouco, nas margens do rio Ceira.

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