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Maddie e o «império dos cães»

Rogério Alves explica em entrevista ao tvi24.pt a importância dos vestígios encontrados pelos cães ingleses

Os indícios da morte de Madeleine McCann, encontrados no apartamento da praia da Luz e na Renault alugada pela família, são para o advogado do casal, Rogério Alves, «pura ficção». «É o império dos cães. Uma espécie de investigação entregue aos cães. Não faz nenhum sentido». Em entrevista ao tvi24.pt, o causídico revela ainda que a reabertura do processo não é o mais importante para os pais da menina e que os processos criminais aos jornais portugueses e a Gonçalo Amaral ainda não foram descartados.

A reviravolta no processo Maddie deu-se depois de em Julho de 2007 dois cães terem encontrado indícios da morte da criança. Indícios esses admitidos pelas autoridades judiciárias portuguesas, mas negados peremptoriamente pelo advogado dos pais. O alegado cheiro a cadáver de Maddie e os supostos vestígios de sangue são a «locomotiva» de um processo que parece estar morto na via judicial, mas que continua a correr no espaço público.

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«Não há nenhuma evidência de que Madeleine tenha morrido», afirma Rogério Alves, advogado de Gerry e Kate McCann ao tvi24.pt. Por isso mesmo, defende, «é normal que tenham esperanças de a encontrarem viva». Questionado sobre se os indícios detectados pelos cães ingleses não significavam nada, Rogério Alves é peremptório na resposta: «Isso é tudo ficção e eu tenho que lidar com a realidade. São interpretações, sem qualquer nexo, de aspectos avulsos, e que, obviamente, não têm a virtualidade que se lhes pretende atribuir». Por isso mesmo, «não merece que se perca muito tempo».

Império dos cães

A insistência dos órgãos de comunicação social nesse ponto da investigação, leva mesmo o defensor dos McCann a usar alguma ironia: «Acho engraçado a fidelidade canina a esses indícios. É o império dos cães. Uma espécie de investigação entregue aos cães. Não faz nenhum sentido».

Mas para que não restem dúvidas garante: «Não há nenhum atrito, nem nenhuma incompatibilidade entre a polícia portuguesa e o casal». «Tudo o que os pais souberem de relevante será sempre comunicado» às autoridades. O ex-bastonário da Ordem dos Advogados adianta ainda que não tem «dúvidas que a polícia fez o que estava ao seu alcance, mas há casos de desaparecimentos de crianças, e outros, que demoram anos para serem deslindados».

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Processo está ou não parado?

Para o defensor do casal a possível reabertura o processo tem um valor «secundário para os pais». «O importante, para eles, é que surjam novas pistas que ajudem a encontrar a filha. São pais que têm feito tudo, mas mesmo tudo, para a encontrarem. Se isso, depois, passar pela reabertura do caso, óptimo», defende.

Apesar do processo estar «parado enquanto entidade jurídica», Rogério Alves não tem dúvida nenhuma «que as autoridades portuguesas investigam todas as pistas idóneas que merecerem uma averiguação».

«Imagine-se que, hoje, alguém telefona para a polícia a dizer que viu a criança. Se a policia achar que a informação tem idoneidade, não precisa de fazer um requerimento para reabrir o processo e investigar. Uma análise preliminar de dados já é fazer diligências», acrescenta.

Ainda pode haver processados

O tema é antigo, mas não está esquecido. Tal como Maddie. Ainda «está em estudo a possibilidade de virem a ser processados alguns órgãos de comunicação social portugueses», confirma o advogado ao tvi24.pt. «Não sei se isso acontecerá ou não, mas não é um cenário posto de parte».

Já sobre a possibilidade de processar o ex-inspector da Polícia Judiciária, Gonçalo Amaral, Rogério Alves prefere não revelar «nada sobre o diálogo» que tem com os clientes, e apenas garante que «o que tiver que ser feito será feito».

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