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«Entreguem o bebé», pede hospital

Investigadores já têm retrato-robot. PJ suspeita de uma mulher. Administração do hospital garante anonimato a quem tiver informações sobre o bebé

A Polícia Judiciária (PJ) suspeita que uma mulher possa ter sido a autora do rapto da menina, agora com cinco dias, desaparecida do Hospital do Padre Américo, em Penafiel, desde a passada sexta-feira, soube o PortugalDiário.

O Presidente do Conselho de Administração vai fazer agora, ao início da tarde desta segunda-feira, um apelo através da comunicação social para o raptor devolva a bebé, mas não será mostrado nenhum retrato-robot.

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José Alberto Marques pediu ainda que quem tenha qualquer informação para «resgatar o bebé, tratá-lo convenientemente e devolvê-lo à mãe» deve informar o hospital ou uma esquadra de polícia. «É garantido ao informador anonimato e os meios do hospital irão de imediato buscar o bebé».

A administração tem reunido regularmente com a Polícia Judiciária, mas não houve nenhum encontro especial entre as duas instituições. «A troca de informações tem sido feita numa base diária», referiu fonte do hospital ao PortugalDiário. «O hospital tem feito todos os possíveis e tem colaborado com a PJ em toda a linha», garantiu a mesma fonte.

Numa conferência de imprensa dado ao início da tarde de ontem, o administrador daquela unidade de saúde, José Alberto Marques, anunciou que a PJ já elaborou um retrato-robot do suspeito, sem adiantar se as autoridades desconfiam de um homem ou de uma mulher. Fonte oficial da administração adiantou ao PortugalDiário que as imagens de videovigilância deram uma ajuda preciosa aos agentes da Judiciária.

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Depois de ter passado o primeiro dia com «muita calma e serenidade», a mãe da menor desaparecida está agora mais apreensiva e agitada. Os médicos tentaram colocá-la num quarto individual, mas a senhora insistiu em permanecer na enfermaria, soube ainda o PortugalDiário.

Entretanto, a Inspecção Geral de Saúde (IGS) vai abrir um inquérito ao desaparecimento da bebé do Hospital do Padre Américo, em Penafiel, para saber se houve falhas no sistema de segurança daquela unidade. A IGS quer saber, segundo refere o «Diário de Notícias», se aquela unidade cumpriu as recomendações de segurança feitas na sequência de auditorias aos serviços neonatais daquele hospital.

A família da recém-nascida tem fracos recursos financeiros e dois dos seus sete filhos estão entregues a uma família de acolhimento, mas os vizinhos estão certos de que os pais da menor não estão envolvidos no desparecimento da menina.

Numa visita à freguesia de Cernadelo, em Lousada, onde vivem os pais da bebé, a agência Lusa encontrou uma família com alguns problemas, designadamente financeiros. A recém-nascida tem mais seis irmãos. O mais velho, com 16 anos, vive com a avó, e as duas meninas, de 8 e 9 anos, estão desde 2001 numa família de acolhimento por ordem do Tribunal de Lousada. Em causa estão, segundo os vizinhos, carências económicas e não situações de maus-tratos.

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Com a família vivem dois rapazes, um de 15 e outro de 3 anos, e uma menina de 12 anos. Os responsáveis do Hospital Padre Américo/Vale do Sousa afirmaram na sexta-feira à noite que a reacção dos pais da criança ao saberem que tinha desaparecido durante a ausência da mãe para jantar, foi «de grande calma e serenidade». Os progenitores estão a receber acompanhamento psicológico.

Na freguesia de Cernadelo, os vizinhos afirmaram que não acreditam que a família tenha facilitado o desaparecimento da criança. A vizinha Graça Pinto, 47 anos, afirmou que «não acredita que a mãe tenha facilitado o roubo da criança». «Foi mesmo um rapto», disse, enquanto os restantes vizinhos referiam ter a mesma opinião.

Outra mulher sublinhou que quando esteve naquela maternidade era uma prática corrente deixar os recém-nascidos na enfermaria e que «as mães quando iam comer revezavam-se». Sobre a «estranha acalmia» da mãe perante a gravidade da situação, os vizinhos e amigos referem que deve estar relacionada com os calmantes que tomou.

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