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Valentim livre do processo mais grave

Procurador de Gondomar acusava presidente da Metro do Porto de «mercadejar com o cargo». MP arquivou tudo

O Ministério Público do Porto decidiu arquivar o processo relacionado com as ligações entre o autarca de Gondomar, Valentim Loureiro, e os empresários Joaquim Camilo e Alberto Couto Alves, considerado o caso mais grave envolvendo o major.

O caso relacionava-se com o alegado favorecimento destes empresários da construção na atribuição de empreitadas, relacionadas com a Câmara de Gondomar e com o Metro do Porto, em troca de finanaciamentos para o Boavista Futebol Clube, nomeadamente para pagamento dos salários aos jogadores.

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Estavam em causa empreitadas na EN222, no Metro do Porto, bem como investimentos imobiliários do Boavista SAD - Terreno do Inatel e campo de treinos. Na certidão que enviou para o DIAP (Departamento de Investigação e Acção Penal) do Porto, o procurador descrevia os contactos entre o empresário Joaquim Camilo e o major, em finais de 2003 e em 2004, em que o primeiro pedia a Valentim que intercedesse junto do Governo a fim de lhe ser adjudicada a obra da EN222. Numa escuta telefónica realizada, o major interroga o secretário de Estado das Obras Públicas, Jorge Costa, sobre o andamento do concurso para aquela empreitada.

Refere o procurador de Gondomar, que o major intercedia pelos empreiteiros em troca de financiamentos para o Boavista. Num almoço, realizado em Abril de 2004, o major terá prometido ao empresário Joaquim Camilo a adjudicação de obras do Metro do Porto, com a contrapartida de financiamentos para o Boavista.

Major suspeito de «cozinhar» atribuição de obras

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O relatório dos peritos aos documentos da Metro do Porto SA, concluíam pela intervenção de Valentim Loureiro no referido «cozinhado» de atribuição de obras.

Entre elas estariam: a primeira e segunda fase das obras de inserção urbana das futuras linhas da Boavista e da Casa da Música e da Rotunda da Boavista, «as quais foram atribuídas a Alberto Couto Alves, sem que tenha sido possível saber com que ingredientes», escrevia o procurador de Gondomar.

«A conduta de Valentim Loureiro, a pedido de Joaquim Camilo, insere-se numa relação mais vasta em que o segundo financiava o Boavista Futebol Clube com valores monetários avultados e recebia do primeiro a garantia de exercer a sua influência junto de diversas entidades públicas para obter a adjudicação de obras para o arguido Camilo». O procurador refere mesmo que Valentim se dedicava a «mercadejar com o cargo» de presidente da Metro do Porto.

Para o magistrado do Ministério Público de Gondomar, Valentim Loureiro incitou Joaquim Camilo a concorrer a obras públicas, nomeadamente no Metro do Porto referindo expressamente que mais tarde o compensaria. A certidão foi enviada para o DIAP do Porto que concluiu pela inexistência de indícios de tráfico de influências ou de corrupção.

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