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«Cortar serviço vai matar transporte público»

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Autarcas da zona de Lisboa contra proposta de grupo de trabalho nomeado pelo Governo

Os vereadores dos Transportes dos municípios da Área Metropolitana de Lisboa asseguram que «cortar o serviço vai matar o transporte público», numa reacção às propostas de um grupo de trabalho nomeado pelo Governo para reformular o sector, noticia a Lusa.

«Cortar o serviço é o que vai matar o transporte público, o que deve acontecer é o reforço da oferta e trabalhar do lado da procura», comentou à Lusa Joaquim Santos, coordenador do grupo de vereadores da Mobilidade e dos Transportes dos municípios da Área Metropolitana de Lisboa, que estiveram hoje reunidos.

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No documento elaborado pelo grupo de trabalho nomeado pelo Governo e apresentado na segunda-feira aos municípios, ao qual a Lusa teve acesso, são sugeridos cortes nas carreiras da Transtejo e da Carris, a redução do horário do Metro de Lisboa e a simplificação tarifária. Joaquim Santos, autarca no Seixal, assegurou ter existido «unanimidade generalizada na rejeição sobre as propostas apresentadas».

De todas as propostas do documento denominado «Simplificação tarifária e reformulação da rede de transportes da Área Metropolitana de Lisboa», os autarcas encontraram apenas um aspecto positivo, mas «insuficiente».

«Há a criação do novo passe Cidade, mas que para todos os vereadores é insuficiente porque devia ser um passe alargado a toda a Área Metropolitana e não apenas para a cidade de Lisboa. Devia abranger todos os operadores e não apenas o Metro e a Carris», argumentou.

Joaquim Santos salientou como «mais negativo» a «filosofia» da actuação do grupo de trabalho, ao optar por cortar carreiras, como na Transtejo. «Consideramos que é uma situação inqualificável do ponto de vista do serviço às populações ribeirinhas e que vem reduzir em muito a atractividade do transporte fluvial», afirmou.

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Na Carris, o representante lamentou, além das alterações de carreiras, a falta de apresentação de dados acerca do número de utentes e impactos.

Com a redução generalizada do horário de encerramento do metro em duas horas, o responsável referiu as implicações negativas para quem trabalha depois das 23:00 e para os que usufruem de «actividades recreativas, culturais e desportivas» à noite.

Ao nível da CP, os autarcas entendem que as alterações propostas «parecem menos complexas à partida». No entanto, «também não conhecemos os dados da procura actual e dos impactos», disse Joaquim Santos.

Os vereadores criticam ainda a criação de um grupo de trabalho quando a Autoridade Metropolitana de Transportes de Lisboa tinha adjudicado a uma empresa a análise de um título para todos os operadores.

«As câmaras municipais percebem que é preciso racionalizar, trabalhar a questão do défice e tentar reduzir os custos. No entanto, a abordagem não deve ser feita pelo corte, mas pelo lado da procura», defendeu Joaquim Santos.

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O vereador disse ainda que o «efeito dominó» não foi medido, já que, por exemplo, o encerramento do metro na estação Amadora às 21:30 irá afectar os outros transportes que operam nas imediações.

Contactada pela Lusa, fonte da Secretaria de Estado dos Transportes disse que o grupo de trabalho tem um mês para concluir a proposta, que será posteriormente apresentada e debatida pela tutela.

Na segunda-feira, fonte ligada ao processo disse que o prazo para apresentação da proposta de revisão das redes de transportes públicos na Área Metropolitana do Porto foi «prorrogado» por mais um mês.

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