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Mulheres impedidas de ingressar em tropas especiais

PDiário: Militares femininos não podem sequer prestar provas para fuzileiros, submarinos e «rangers». Explicações variam entre os problemas «logísticos» e a «exigência física». Apesar de a lei militar proibir a discriminação. Força Aérea é excepção: mulheres até comandam aviões de combate

As tropas especiais ainda continuam a ser terreno exclusivo do sexo masculino. Apesar de as mulheres já poderem ingressar nos vários ramos das Forças Armadas, o acesso a algumas especialidades ainda lhes está vedado.

Depois da recruta, os militares são encaminhados para diferentes especialidades, mas apenas os homens podem aceder aos fuzileiros e submarinos (Marinha) e às operações especiais (rangers) no Exército.

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Contactada pelo PortugalDiário, fonte oficial do Ministério da Defesa explicou que a ausência de mulheres nos submarinos se deve apenas «a questões logísticas». Os tripulantes não têm «privacidade», e torna-se complicado ter uma mulher no meio de uma tripulação masculina.

Mas nos outros casos, a explicação reside no facto de serem especialidades «extremamente duras» fisicamente, «que necessitam de um vigor físico, que geralmente as mulheres não têm», explicaram ao PortugalDiário o capitão Henrique Gouveia e Melo, do Estado-Maior da Armada e o tenente-coronel Pimenta Couto, do Estado-Maior do Exército.

«Se muitos homens não conseguem passar nas provas, dificilmente consegue uma mulher», afirmou o tenente-coronel Pimenta Couto.

Os responsáveis até reconhecem que há mulheres com competências para integrar essas especialidades, mas garantem que são muito poucas. E mesmo que apareça uma que demonstre ter essas capacidades físicas a regra não é quebrada.

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Na Lei da Defesa Nacional e das Forças Armadas, legislação que regula o sector, é especificado que «nenhum militar pode ser prejudicado ou beneficiado na sua carreira em razão da ascendência, sexo, (. . .)».

Mas o Estado-Maior do Exército e o Estado-Maior da Armada recusam que esta situação configure uma discriminação. «É o acesso condicionado em função das tarefas que exercem», afirma o capitão Gouveia e Melo.

«Para já», os dois ramos das Forças Armadas não pensam abrir estas tropas aos militares femininos. E apontam o exemplo de outros países: «Geralmente as mulheres não entram em tropas como os fuzileiros, ou se entram, assumem funções logísticas».

Apesar de também ser uma «especialidade muito dura», as mulheres não estão impedidas de ingressar, nem prestar provas para os comandos, mas são «veementemente desaconselhadas», conta o Estado-maior do Exército. Todas as mulheres que, nos últimos anos, tentaram ingressar nos comandos, «acabaram por chumbar ou desistir».

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Pelo contrário na Força Aérea «não há qualquer restrição à entrada de mulheres», afirmou ao PortugalDiário o major Gonçalves, do Estado-Maior da Força Aérea.

«Os militares são avaliados segundo a capacidade e não segundo o sexo. E até já tivemos várias mulheres a pilotar aviões de combate», explicou o responsável, que adiantou ainda que a Força Aérea tem, neste momento, um militar feminino em missão no Afeganistão.

«A Força Aérea é o ramo das Forças Armadas que tem mais mulheres, entre 25 e 27 por cento dos militares», conta o responsável. Mas a participação feminina já não é de hoje. «Na guerra colonial [quando a especialidade ainda fazia parte da Força Aérea] já havia mulheres pára-quedistas».

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