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Dia da Mulher: Isabel Pires de Lima homenageada

Futura ministra diz que faz todo o sentido destacar o percurso de mulheres que «se mantêm num lugar à margem»

A futura ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, afirmou hoje, sobre o Dia Internacional da Mulher, que faz todo o sentido destacar nestes dias o percurso de mulheres que "normalmente se mantêm num lugar à margem".

"Esse tem sido um lugar sistematicamente atribuído às mulheres na nossa cultura e em Portugal", reconheceu Isabel Pires de Lima, escusando-se, contudo, a comentar a fraca participação de mulheres no novo governo.

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Questionada pelos jornalistas sobre o assunto, a ministra indigitada da Cultura, disse apenas estar "muito contente por ser uma mulher deste Governo".

Sobre o papel que as mulheres irão assumir no Ministério que tutela, Isabel Pires de Lima afirmou: "A cultura é um caminho que favorece de uma maneira geral a afirmação da identidade portuguesa e aqui cabe de certeza um lugar fundamental às mulheres".

Isabel Pires de Lima integrou, enquanto ensaísta e docente universitária, um grupo de 40 mulheres, naturais ou residentes em Matosinhos, homenageadas hoje pela autarquia local, no âmbito do Dia Internacional da Mulher.

Do grupo fazem também parte, entre outras, a escritora Luísa Dacosta, a directora do Centro Português de Fotografia, Teresa Siza Vieira, e a actriz Paula Guedes.

Em declarações aos jornalistas, a escritora Luísa Dacosta lamentou que a mulher viva ainda "sem direitos iguais" e "esmagada".

"Portugal ainda é um país injusto", disse a escritora, lamentando que "mesmo depois do 25 de Abril, as mulheres continuam a ser julgadas por um crime cometido a dois".

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A directora do Centro Português de Fotografia, Teresa Siza, considerou que o reconhecimento do papel das mulheres deveria ser prática comum e não apenas lembrado num dia.

"Não sou uma feminista crispada, mas acho que há ainda muito a fazer pela igualdade", disse, acrescentando que gosta mais de ser avaliada pelo que faz do que pelo facto de ser mulher.

As 39 mulheres que se tem destacado em várias áreas - cultura, solidariedade, associativismo, comércio, indústria e política - receberam do presidente da Câmara de Matosinhos, Narciso Miranda, a Medalha de Mérito Dourada.

A lista inclui também mulheres "exemplos de coragem e de abnegação", como viúvas de náufragos, mães de pessoas com deficiência profunda, responsáveis de organizações de solidariedade social e pioneiras do desporto.

"Porventura existirão outras mulheres que, por direito próprio, deveriam e poderiam estar, neste momento, aqui. Mas este foi o meu critério", disse Narciso Miranda.

Acrescentou que "não foi fácil escolher 40 mulheres invulgares num concelho em que a mulher não é mera fada do lar, mas a figura de proa de uma sociedade - como a da orla marítima - que volta e meia é fustigada pela desgraça dos naufrágios, destruidores de vidas humanas".

"Desejamos chamar a atenção para o papel e a dignidade da mulher e levar a uma tomada de consciência do valor da pessoa, perceber o seu papel na sociedade, contestar e rever preconceitos e limitações que vêm sendo impostos à mulher", disse o autarca.

Lembrou ainda que "o número de mulheres em lugares directivos é ainda diminuto, apesar de muitas delas demonstrarem excelentes qualidades para o seu desempenho".

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