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“Era assustador! Víamos as chamas e o fumo muito alto”

Depois de retiradas da própria casa pelas autoridades, a hora do regresso é uma incógnita para muitos dos afetados pelo incêndio de Monchique. Há quem se depare com destruição e há quem tenha tido mais sorte. Mas há, certamente, histórias impressionantes para partilhar

O incêndio que começou em Monchique na sexta-feira e já chegou a outras localidades algarvias fez centenas de desalojados. Na hora de poderem regressar a casa, há quem se depare com a destruição e quem tenha histórias impressionantes para partilhar.

O fogo obrigou à evacuação de mais de uma dezena de localidades no concelho de Silves.

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Mais de uma centena de pessoas tiveram que pernoitar no pavilhão da Escola Básica S. João de Deus. O regresso a casa fez-se às primeiras horas desta quinta-feira.

Deolinda Sequeira, 78 anos, foi uma das últimas a abandonar o pavilhão que deu abrigo a estas pessoas que foram retiradas das suas casas durante a noite.

Tive que fugir para vir para aqui”, conta a mulher. “Aquilo era umas chamas naqueles ares… Até vinha o calor”, continuou.

As pessoas foram obrigadas pelas chamas a abondar os bens, cercados pelas chamas em diversas localidades ao longo da estrada nacional 124 no concelho de Silves.

Saíram com a roupa do corpo e de coração apertado pelo que deixaram para trás, alguns tendo regressado para encontrar uma paisagem diferente.

Em Monchique, dois homens viram a casa onde moravam e o local de trabalho, uma oficina, ficarem totalmente destruídos.

"Parece um pandemónio", disse um dos homens.

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No interior e no exterior são visíveis as marcas de destruição causada pela passagem das chamas.

"Ardeu-me tudo o que tinha", acrescentou o homem, que conseguiu fugir e escapar à chegada das chamas, o mesmo que fez o outro homem.

Maria Eugénia Sequeira também passou a noite no pavilhão da escola de Silves, depois de ter sido confrontada com uma imagem que provavelmente vai ter dificuldade em esquecer.

Era assustador, um bocado assustador. Víamos as chamas e o fumo muito alto”, sublinhou.

Depois mandaram-nos vir embora e nós viemos”, contou, à saída do abrigo para onde as autoridades levaram as pessoas retiradas das casas em perigo.

Um perigo provocado por um incêndio que consome mato há já quase uma semana e que no caminho abriu feridas profundas em três conselhos do distrito de Faro.

Numa dessas feridas está o número de pessoas afetadas pelas chamas e que acabaram por ficar com ferimentos, entre elas, uma pessoa em estado grave.

"Quando tentaram abrir a porta ficaram queimados". Foi assim que Diogo, o marido da mulher com ferimentos graves, contou à TVI como é que aconteceu o acidente, num momento em que a ferida estava com o neto.

O homem acrescentou ainda que a mulher está "melhor" e que os ferimentos foram provocados pelas chamas quando tentava salvar os bens com uma mangueira, uma tentativa partilhada por muitas das pessoas que estão a ver queimar os bens pela força das chamas.

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