O encenador João Brites mostrou-se hoje «abalado» com a morte do escritor José Saramago por o considerar uma «referência como homem, um cidadão lúcido, firme e capaz de provocar o nosso pensamento», em declarações à Lusa.
João Brites, que em 2005 encenou no teatro O Bando uma adaptação de «Ensaio sobre a Cegueira», considerou que Saramago era um homem que «provocava a rotina» dos portugueses por ser «no sentido literário, artista maior».
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«Gosto muito da escrita dele e claro que o considero um exemplo também na sua dimensão política, pois é importante e difícil nos dias de hoje provocar a polémica para que se esteja bem com gregos e troianos».
«E Saramago não tinha receios de criar clivagens e tensões e a arte serve também para isso», sublinhou o encenador.
«Guardo uma memória muito agradável do abraço da pouca convivência que tive com ele e do abraço que demos no palco do Teatro Nacional de São João no Porto depois de ele ter assistido à peça Ensaio sobre a Cegueira.
Questionado sobre qual a obra preferida de Saramago, João Brites disse ser talvez O ano da morte de Ricardo Reis.
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