O líder nazi ouvia discos de compositores russos e músicos judeus, segundo um ex-agente soviético que encontrou a sua colecção de álbuns nas ruínas da chancelaria em Maio de 1945, em Berlim, pouco depois da queda do nazismo.
Hitler costumava ouvir as gravações dos russos e judeus em segredo - ao mesmo tempo que condenava publicamente esses músicos, e a sua origem, de acordo com a revista alemã Der Spiegel.
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Durante o Terceiro Reich, Hitler proibiu que músicos judeus e russos se apresentassem nas salas de concerto da Alemanha. No seu livro «A Minha Luta» («Mein Kampf»), disse que não havia uma «cultura independente» dos judeus e que os russos eram «sub-humanos».
Nos seus discursos, defendia a música «racialmente pura» da Alemanha. Mas a sua colecção de discos - cerca de 100 álbuns de gramofone - revelou que culturalmente o seu gosto musical não se restringia a Wagner, o seu compositor favorito.
Tchaikovsky, Rachmaninov e Borodin são só alguns dos nomes dos compositores que guardava. Os discos foram encontrados com uma aparência muito desgastada, o que mostra que foram ouvidos muitas vezes.
Um deles, aliás, tem um concerto do russo Tchaikovsky interpretado pelo violinista Bronislaw Huberman, um judeu.
Enquanto Hitler relaxava ouvindo a gravação, Huberman tinha de fugir da perseguição nazi e foi declarado inimigo do Reich.
Lew Besymenski, o agente da inteligência soviética que ajudou a interrogar nazis capturados no fim da guerra, só autorizou a divulgação da informação sobre os discos depois da sua morte, aos 86 anos. Foi a sua filha que levou à revista Der Spiegel uma carta do ex-agente a explicar que não revelou ter encontrado os discos antes porque temia ser chamado de «saqueador».
Besymenski dizia ter participado na autópsia aos restos mortais de Hitler - exame que teria confirmado a antiga suspeita de que o líder nazi tinha apenas um testículo.
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