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Mais três óbitos em experiência médica no S. João

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O filho de uma mulher que morreu depois de participar num ensaio clínico no Hospital de S. João, Porto, disse à agência Lusa ter informado o Ministério Público sobre outros três óbitos alegadamente ligados ao mesmo fármaco.

Segundo fonte ligada ao processo, o Ministério Público do Porto já acusou um médico por um crime de homicídio por negligência grosseira, por não ter interrompido a tempo o ensaio clínico no caso de uma doente, Felícia Moreira, que acabou por morrer seis meses depois de começar a tomar «Humira».

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«Além da morte da minha mãe, participei ao Ministério Público, à Inspecção-Geral de Saúde e à Comissão de Ética do Hospital S.João, no Porto, a morte de mais três pessoas que participaram no ensaio clínico do medicamento «Humira» realizado em 2003», disse Fernando Moreira, economista de Guimarães que há mais de três anos quer ver explicada a morte da mãe.

O filho acredita que «os outros três processos só não avançam porque as famílias das pessoas que faleceram nem sequer relacionam a morte com a participação no ensaio clínico».

«A minha mãe e os outros doentes que participaram no ensaio clínico fizeram-no de boa fé, porque confiavam no médico, mas sem terem conhecimento dos efeitos secundários do medicamento», afirmou Fernando Moreira.

Sem identificar as outras três vítimas, indicou, na participação que fez ao Ministério Público, o código pelo qual cada doente era referenciado no estudo. «Pelo código, as autoridades já têm os nomes das restantes pessoas que participaram no ensaio clínico, incluindo as que faleceram durante o estudo», frisou.

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Negligência grosseira

Segundo a fonte ligada ao processo, a acusação do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) do Ministério Público do Porto imputa ao clínico do Hospital de S.João a prática de um homicídio por negligência grosseira, tendo a família de Felícia Moreira também tentado que laboratório Abbott fosse acusado de negligência e sonegação de informações.

«O laboratório não tem dúvidas de que o remédio Humira foi o responsável pela morte da minha mãe porque, pouco tempo depois de ter pedido esclarecimentos à Alemanha (onde está sedeada a farmacêutica), a empresa quis pagar uma indemnização de um milhão de dólares para que o processo não avançasse», disse o filho de Felícia Moreira.

O PortugalDiário tentou saber se o médico agora acusado pelo Ministério Público, ainda estava a dar consultas de reumatologia no Hospital de São do Porto, mas fonte oficial da instituição de saúde apenas afirmou que «não iria prestar declarações sobre o assunto». No entanto, foi possível apurar que o referido médico continua a dar consultas à terça e quarta-feira de manhã, mas que esta semana estaria num congresso. Só haveria consultas daqui a alguns dias.

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