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Se este ano acreditou nestas notícias, saiba que eram falsas

As “fake news” não são um exclusivo norte-americano, como Donald Trump tantas vezes parece fazer crer. Em Portugal, vários acontecimentos foram noticiados como verdadeiros, mas acabaram por não acontecer. E nenhum deles foi uma brincadeira de 1 de abril

“Fake news”: em português, notícias falsas. O fenómeno, que já começa a ser estudado, e do qual Donald Trump diz ser vítima constante, aconteceu por diversas vezes no último ano, não raras vezes com tragédias como pano de fundo.

Em Portugal, vários acontecimentos foram noticiados como verdadeiros, mas acabaram por ser desmentidos. E nenhum deles foi uma brincadeira de 1 de abril, como pode perceber nos exemplos abaixo.

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O internacional português Cristiano Ronaldo é a mais recente vítima de "fake news". A imprensa internacional noticiou, a 19 de dezembro, que o avançado do Real Madrid e da Seleção ia patrocinar a construção de um hospital pediátrico no Chile. Na reação, os representantes de Cristiano Ronaldo garantiram que esta era uma falsa notícia.

Quase a terminar o ano, a partilha de um vídeo nas redes sociais de um suposto ataque a um sem-abrigo na Amadora rapidamente se tornou viral e rapidamente foi noticiado. No entanto, nenhuma fonte fidedigna, como por exemplo as autoridades policiais ou de socorro, consegue confirmar quando ou o que aconteceu. Mas as imagens que revoltaram os portugueses foram ainda alvo de um segunda notícia falsa, a de que o homem que se vê a empurrar o sem-abrigo para dentro de um caixote do lixo teria morrido.

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Pelo menos três notícias falsas ocorreram durante os incêndios de junho, sobretudo, e outubro. No rescaldo dos fogos de outono, em que morreram 45 pessoas, foi noticiada a morte de um bebé, que estava desaparecido.

No verão, em Pedrógão Grande, a notícia da queda de um avião que combatia as chamas, levou, inclusive, à realização de buscas. Na origem do equívoco estará a explosão de uma botija de gás.

Ainda no cenário da tragédia de Pedrógão Grande, em que morreram 64 pessoas, um jornalista tornou-se no assunto a investigar. Com um nome português, mas a trabalhar para um jornal espanhol, todos queriam saber quem era o repórter que afirmava que a continuidade de António Costa estava por um fio. A Comissão da Carteira Profissional de Jornalista não tem qualquer informação sobre Sebastião Pereira, o El Mundo esclareceu apenas tratar-se de um pseudónimo.

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A notícia de que José Eduardo dos Santos teria sido internado de urgência num clínica espanhola, para tratamentos oncológicos, foi amplamente divulgada depois de muito se especular sobre a ausência cada vez mais notada do então presidente de Angola. Isabel dos Santos desmentiu que o pai estivesse doente e acusou a imprensa de divulgar notícias falsas sobre a saúde do seu pai numa altura de tensão política no país.

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Em julho, os árbitros não estiveram presentes no sorteio dos campeonatos e a notícia rapidamente se transformou num "boicote", que o presidente da APAF viria a desmentir e esclarecer horas depois de ter sido noticiado.

Um outro alegado boicote, mas relacionado com o Mundial 2022 no Qatar, deixou o mundo do futebol agitado. A notícia foi divulgada num jornal suíco, que por sua vez tinha sido alvo de pirataria.

Atentados e fenómenos naturais

Os atentados terroristas na Europa e os furacões das Caraíbas deram origem a algumas notícias falsas, como, por exemplo, a de uma falsa vítima dos ataques de Paris, em 2015, que só há pouco tempo se soube ser falsa.

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O seu testemunho do que ocorreu na sala de espetáculos Bataclan correu mundo e levou inclusive ao pedido de desculpas de uma agência de notícias internacional pela sua divulgação.

Em Londres, após o ataque de março na ponte de Westminster, quando uma viatura abalroou a multidão, uma falsa mensagem no metro, dirigida aos terroristas, enganou vários jornalistas e chegou, inclusive, aos microfones da BBC.

Em fevereiro, num comício na Florida, o recém-empossado presidente dos Estados referiu-se a um atentado ocorrido na Suécia, mostrando-se surpreendido com o que tinha acontecido num país desenvolvido da pacífica Escandinávia. Donald Trump não chegou a pedir desculpas pelo lapso e ainda apontou o dedo a uma televisão norte-americana.

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O furacão Irma que atingiu as Caraíbas e chegou aos Estados Unidos mostra como as imagens dos fenómenos naturais são transversais a acontecimentos distintos e que ocorreram, inclusive, em anos diferentes.

Imagens captadas em Itália, em 2006, serviram para mostrar a força do Irma em 2017 e o mesmo aconteceu com o vídeo de 2016 de um tornado no Uruguai que supostamente mostrava a devastação causada pelo Irma nas ilhas de Antígua e Barbuda.

Outras imagens alegadamente do Irma engaram o próprio diretor de redes sociais de Donald Trump que partilhou um vídeo da situação no aeroporto de Miami, sob os efeitos do furacão, acabando por ser desmentido pela própria autoridade aeroportuária. 

Donald Trump, aliás, que se queixa de ser alvo de "fake news", é o protagonista de uma falsa capa da revista Time que nunca aconteceu mas que pode ser vista emoldurada nos clubes de golfe do presidente magnata. Claro que Trump já foi capa da Time, pelo menos 14 vezes, número que o presidente dos Estados Unidos classificou como único, mas que também não corresponde à verdade.

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