Mais de metade dos portugueses considera desnecessário prevenir o excesso de peso, mas são os habitantes do Centro Litoral e Grande Lisboa os que mais procuram combatê-lo, segundo um estudo divulgado recentemente, noticia a agência Lusa.
Tanto os lisboetas (59,2 por cento) como os habitantes dos distritos de Aveiro, Leiria, Santarém e da parte litoral do distrito de Coimbra (45,3%) optam por fazer uma alimentação equilibrada para evitar o excesso de peso, revela um estudo elaborado pela Galp Energia em parceria com a Plataforma contra a Obesidade.
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No entanto, uma análise ao retrato regional dos estilos de vida e hábitos alimentares de Portugal Continental permite concluir que «há uma carência de conhecimentos em relação aos alimentos saudáveis, e que os portugueses sentem necessidade de desenvolver competências na cozinha».
Saber fazer compras
O coordenador da Plataforma contra a Obesidade, da Direcção-Geral de Saúde ressalva que «este é um estudo de percepções e não de realidade».
No entanto, João Breda acredita nos números, por estarem perto das prevalências verdadeiras.
«É necessário continuar a formar a saúde dos portugueses de forma mais prática. É importante que saibam fazer compras e gerir o orçamento familiar», disse o coordenador à agência Lusa.
Mais de três quartos dos inquiridos (83,8%) considera que faz uma alimentação salutar, e a maioria aponta os legumes, a fruta e o peixe como os três alimentos mais saudáveis.
Uma questão de cozinha
Talvez por isso, 77% dos inquiridos não faz nada para evitar o excesso de peso porque acha que «está bem assim» e 63,6% não se aconselha nem procura ajuda sobre uma melhor alimentação. Os que o fazem preferem aconselhar-se com o médico de família.
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Outro dos aspectos do estudo salientado por João Breda é a necessidade que os portugueses sentem em desenvolver competências na cozinha.
À afirmação «as pessoas deveriam ser treinadas para a cozinha», 47,1 por cento dos que habitam no Grande Porto e 34,9 dos que moram na Grande Lisboa referiram «concordar plenamente».
«As pessoas sabem o que é saudável. O que devem comer e que andar a pé faz bem. Mas as escolhas mais saudáveis nem sempre são as mais fáceis», afirmou João Breda.
Porto com fruta e vegetais
A prová-lo estão as respostas dadas pelos portugueses. No grande Porto, por exemplo, mais de metade das pessoas come vegetais (51 pc) e frutas (62,7%) sete dias por semana.
Dos habitantes do Interior, 60,3% refere as peças de fruta como alimentos saudáveis, mas também são os que menos as comem.
Apesar de o peixe ser referido por 47,7% dos habitantes do Norte Litoral como um dos três alimentos mais saudáveis, mais de metade (66,4%) comeu peixe no máximo três vezes por semana.
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Outra carência de informação notada pelo coordenador da Plataforma contra a Obesidade através da análise do estudo é relativa à actividade física.
Menos de metade dos inquiridos revelou praticar algum tipo de actividade física. A maioria dos que não fazem exercício justifica-se com a falta de tempo. É na grande Lisboa que esta percentagem é mais elevada (50,4%).
O trabalho, realizado no âmbito de uma parceria entre a Galp Energia e a Plataforma contra a Obesidade da Direcção Geral de Saúde, envolveu uma amostra de 800 pessoas de 15 ou mais anos de idade e com distribuição geográfica proporcional, inquiridas entre 21 de Abril de 05 de Maio sobre os seus comportamentos em relação à obesidade.
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