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"Podemos nem notar que temos refugiados entre nós"

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Obra Católica Portuguesa de Migrações diz que há trabalho a fazer para adaptação de refugiados ser tranquila. Portugal deverá acolher 1.400 migrantes

A responsável frisou que “a população quer ter a certeza de que os refugiados partilham dos ideais europeus e são conhecedoras das leis (direitos e deveres) dos países que os acolhem”.

A Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM) alertou nesta terça-feira para a necessidade de ser feito um trabalho com a opinião pública, para que a adaptação dos refugiados que o país vai acolher seja tranquilo e não de hostilidade.

“O importante, após este anúncio [de que Portugal vai acolher cerca de 1.400 refugiados], são as condições em que vai decorrer o processo, que exige um plano concertado entre o Estado e diferentes instituições que já estão no terreno”, considerou  a diretora da OCPM, Eugénia Quaresma, citada pela agência Lusa. 

“Se atendermos ao critério da dispersão geográfica, podemos nem notar que temos refugiados entre nós”, referiu Eugénia Quaresma, assinalando a importância do “acolhimento e preparação para os postos de trabalho que não estão ocupados”.

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Em declarações prestadas no âmbito da peregrinação dos migrantes a Fátima, que começa na quarta-feira, a responsável realçou que “este é só o primeiro passo”, reiterando que “há todo um plano de acolhimento e integração que deverá ser feito em conjunto, envolvendo algumas das instituições, ligadas ao Estado e à sociedade civil, que já estão no terreno e têm experiência de acolhimento e integração” no país.

“Depois creio que há um trabalho a ser feito com a opinião pública, o cidadão comum, para que o período de adaptação dos refugiados seja tranquilo e vivido em ambiente de entreajuda e não de hostilidade ou desconfiança”, declarou a diretora da OCPM, departamento da Conferência Episcopal Portuguesa, que trabalha com os migrantes.  

“É necessário que a população saiba quem acolhe, pois a população quer ter a certeza de que são pessoas que efetivamente precisam e procuram um país pacífico para reconstruir as suas vidas, viver em paz até ao dia em que, eventualmente, tenham condições para regressar”, observou Eugénia Quaresma.

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No final de julho, o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, disse que Portugal deverá acolher 1.400 refugiados, concentrados na Grécia e no sul de Itália.

Antes, a 26 de junho, no final do Conselho Europeu em Bruxelas, Bélgica, o primeiro-ministro declarou que Portugal defendeu um ajustamento dos critérios que indicavam que o país deveria acolher 2.400 pessoas.

Questionada se esperava mais de Portugal, a diretora da OCPM disse que “esperava que Portugal dissesse que sim, acolhe, e já o fez”.

A peregrinação dos migrantes à Cova da Iria está integrada na 43.ª Semana Nacional de Migrações, que começou no domingo e termina no dia 16, subordinada ao tema “Igreja sem fronteiras, somos um só corpo”.

Este ano a celebração “vai destacar o papel do cristão no acolhimento e integração dos migrantes e refugiados”, referiu a responsável.

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