«Este é, provavelmente, o túnel mais seguro de Portugal», garantiu aos jornalistas o engenheiro José Carlos Clemente, membro da equipa coordenadora do projecto de reabilitação do Túnel do Rossio, durante uma visita à infra-estrutura esta sexta-feira à tarde, um dia antes da abertura oficial ao público.
Esta afirmação surge também como resposta às críticas de Segadães Tavares, professor do Instituto Superior Técnico, que acompanhou as obras de recuperação do túnel do Rossio, e que defendeu, em declarações à Rádio Clube, que a infra-estrutura deveria ter três saídas de emergência e não apenas uma, face à sua dimensão.
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Segundo Segadães Tavares, por cada 800 metros de túnel devia haver uma escapatória de emergência e não apenas uma como existe, disse, sublinhando porém que a saída de emergência construída durante estas obras já é um bom sinal, uma vez que «antes desta obra o túnel não tinha qualquer saída de emergência».
Questionado sobre as críticas de Segadães Tavares, José Carlos Clemente respondeu que «uma saída de emergência já vai além do exigido para túneis já construídos».
As recomendações para a construção de novos túneis, assinadas por Bruxelas em 2007, indicam «uma saída a cada mil metros», sem exigir nenhuma para os casos já existentes. «Ou seja, o que foi feito aqui, em 2005, foi além do exigido», defendeu o engenheiro acrescentando que, por exemplo, «o metro só tem saídas de emergência nas estações».
Apesar de não ter sido feito nenhum simulacro no Túnel do Rossio, durante a semana foram ensaiados os sistemas de segurança e todos «mereceram nota positiva, dos bombeiros e do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC)».
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Além de sistemas «anti-fogos» há ainda «luzes permanentes no túnel e câmaras que fazem uma monitorização constante». O sistema detecta mesmo «sozinho qualquer situação anormal e dá o alerta».
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Segadães Tavares, apesar das críticas de hoje, sublinhou que ao nível da desenfumagem, da observação permanente, do acesso a viaturas de socorro e de combate a incêndios, a obra está «muito bem dotada sem que haja qualquer reparo a fazer».
Durante a visita com os jornalistas, José Carlos Clemente lembrou que a «intervenção feita foi muito além de garantir a segurança da estrutura. Antes só havia um sistema de telefone no túnel».
Viagens grátis
O Túnel do Rossio vai ser inaugurado este sábado com a presença do primeiro-ministro José Sócrates e durante o fim-de-semana «as viagens serão grátis». É uma forma dos passageiros se «reabituarem à linha» que foi encerrada em 2004.
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Manter comboios
Esta sexta-feira, a CP informou também que entre as 07:00 e as 09:00 - «a super-ponta» - haverá, durante a semana, oito comboios por hora, entre Monte Abraão (Sintra) e o Rossio (Lisboa).
No entanto, os novos horários divulgados pela CP, revelavam que a ligação entre Sintra e o Rossio seria feita com seis comboios por hora. Algo que desagradou à Comissão de utentes da Linha de Sintra.
Em declarações à Lusa, Rui Ramos, que faz parte da Comissão admitiu que «até poderiam aceitar alguma redução», mas primeiro o tráfego de passageiros tem de ser estudado. Mas esta sexta-feira, ao final da tarde, a CP anunciou o mesmo número de comboios na linha.
* com lusa
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