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Pseudo rastreios e consultas em ópticas são perigosos

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Sociedade de Oftalmologia alerta que profissionais que trabalham nas lojas não são médicos nem estão habilitados a receitar

A presidente da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) alertou, esta sexta-feira, para os riscos da realização de rastreios e consultas em ópticas. Manuela Carmona lembrou que os profissionais que trabalham nas lojas não são médicos nem estão habilitados a receitar.

«Para evitar confusões, os oftalmologistas que receitam não podem vender e quem vende não pode receitar. Se baralharmos esta equação o resultado pode ser muito mau», simplificou a presidente da SPO em declarações à agência Lusa.

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Manuela Carmona refere que, às consultas, já lhe chegaram «mães muito alarmadas» porque tinham sido informadas nas ópticas de que os filhos viam mal. Depois de feitos os exames necessários, «verificou-se que afinal nem precisavam de óculos», concluiu a especialista. «Quem deve tratar da saúde visual são os médicos oftalmologistas», alerta.

A edição de hoje do jornal «i» noticia que há ópticas que realizam «rastreios falsos» em escolas e já provocaram problemas de visão às crianças por erro na avaliação. O director do serviço de oftalmologia dos Hospitais da Universidade de Coimbra diz que as crianças são observadas em carrinhas, sendo que «muitas nem têm especialistas».

A «Multiópticas» é uma das empresas envolvidas no escândalo. Contactado pela Lusa, o director geral da empresa, Rui Borges, garante que a «única carrinha que têm a circular no país tem o melhor equipamento que existe e os rastreios são feitos apenas por optometristas licenciados».

Para a presidente da SPO, os exames realizados nas carrinhas não deixam de ser «pseudo-rastreios». Em carrinhas ou nas lojas, «há muitas pessoas que nem sabem que não estão a ser observadas por um oftalmologista. Como vêem uma pessoa de bata branca pensam que estão perante um médico», alertou Manuela Carmona. Especialista alerta para o perigo de situações simples como medicamentos ou doenças como a diabetes que interferem com o tipo de lentes que se deve usar e que não são do conhecimento dos optometristas.

«Se as escolas quiserem fazer rastreios, podem contactar a SPO, porque estamos sempre abertos a colaborar. Agora o que estas empresas fazem é publicidade encapotada», criticou Manuela Carmona.

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