«Nem sequer vão ao funeral» e dizem que «o filho foi viajar: vivem numa dualidade, porque no fundo sabem qual é a verdade, mas não a conseguem encarar. É demasiado demolidor», conta Emília Agostinho, que acredita que um pai tem de ir ao fundo para poder voltar à superfície» e acredita na importância de «chorar tudo, de desabafar sem restrições».
«O pior que me podiam dizer, quando o meu filho partiu, era "não chores mais, já chega"; aqui nas reuniões não há frases dessas. Todos percebemos porque irrompem as lágrimas, sem as conseguir controlar».
Alice Goulão, mãe em luto há 20 anos, recorda como desabafava para o papel, enquanto estava a trabalhar, «para não aborrecer os colegas, mais uma vez». A técnica funciona para muitos pais. «O papel nunca fica farto», diz-nos esta mãe que confessa ter «ido a baixo no dia em que fez 20 anos» que o filho faleceu. «Meti-me na cama e chorei tudo».
Leia aqui a reportagem na íntegra: «O meu filho morreu? Ninguém pergunta por ele?»
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