A ministra da Justiça considerou hoje que o facto de o duplo homicida de São João da Pesqueira ter cortado a pulseira eletrónica, depois de praticar os crimes, não coloca em risco a utilização deste mecanismo de vigilância.
A ministra admitiu que, quer os arguidos tenham pulseira eletrónica ou estejam na prisão, podem acontecer sempre «vicissitudes», pelo que o caso de Manual Baltazar não compromete o planeamento e a vigilância através das pulseiras eletrónicas.
Paula Teixeira da Cruz escusou-se a comentar o facto de a detenção do foragido ter demorado cerca de um mês, tanto mais que a operação para o localizar envolveu várias forças policiais e há elementos de que não dispõe, no âmbito da separação de poderes.
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Quanto ao facto de o duplo homicida ser ouvido num tribunal que vai encerrar com o novo mapa judiciário, a ministra contrapôs que, se a reforma estivesse já em curso, haveria um Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) e justiça especializada, naquela região, e não um tribunal de competência genérica.
O homem suspeito de ter matado duas mulheres e ferido outras duas, em São João da Pesqueira, foi capturado quarta-feira, depois de ter estado em fuga por mais de um mês.
Segundo a Polícia Judiciária, Manuel Baltazar foi detido ao final do dia, quando chegava a casa. «Encontrava-se armado, mas não ofereceu resistência», revelou fonte daquela polícia.
A mesma fonte avançou que a detenção foi efetuada por inspetores da Unidade Local de Investigação Criminal de Vila Real, da Diretoria do Norte da Polícia Judiciária.
Os crimes aconteceram em abril, na quinta-feira anterior à Páscoa, em Valongo dos Azeites, junto à casa da ex-mulher do suspeito.
O homem estava com pulseira eletrónica e proibido de contactar a ex-mulher, no âmbito de um processo de violência doméstica.
O duplo homicida estava a monte há precisamente 34 dias.
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