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Naufrágio: em França por melhores condições

Português desaparecido integrava grupo de 20 pescadores da Praia de Mira

João Damas, um dos dois portugueses desaparecidos num naufrágio ao largo da costa francesa, pertence a uma família de pescadores da Praia de Mira, de onde alguns partiram para França em busca de melhores condições de trabalho, conta a agência Lusa.

Com 39 anos, casado e pai de duas filhas menores, João Manuel Domingues Damas passou o Natal e o Ano Novo com a família e regressou ao trabalho no dia 2, disse esta tarde aos jornalistas o cunhado Simão Marques.

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A embarcação Petit Jolie naufragou esta segunda-feira de madrugada junto à costa Finisterra com sete pescadores a bordo, três portugueses e quatro franceses.

Dos três pescadores portugueses só um foi retirado com vida do mar,encontrando-se num hospital de Brest, em França. Os dois restantes - João Damas e Belmiro Marques Graça, este último de Caxinas, Vila do Conde - estão dados como desaparecidos.

Melhores condições em França

Simão Marques, consternado com o desaparecimento do familiar, disse aos jornalistas que os jovens pescadores portugueses da sua geração que trabalham para empresas francesas auferem salários que não tinham em Portugal.

«Temos trabalho em Portugal, mas lá fora temos ordenados três a quatro vezes superiores», declarou.

Na região de França onde naufragou a embarcação Petit Jolie cada pescador pode receber 2.500 a 3.000 euros por mês.

Além disso, segundo o mesmo profissional, cada homem trabalha em média 24 dias consecutivos e tem direito a descansar depois 14, aproveitando geralmente para visitar a família em Portugal.

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Alguns contratos incluem o pagamento destas viagens regulares pelo armador.

Os direitos legais dos pescadores são geralmente cumpridos pelas empresas francesas. «Lá é tudo muito rigoroso», disse, aludindo às condições de segurança a bordo.

Admitiu, no entanto, que o «trabalho é duro» e que o cansaço, devido às muitas horas consecutivas de labuta sem descanso pode comprometer nalguns casos um cumprimento mais rigoroso das normas de navegação em segurança, sobretudo quando o mesmo mar é cruzado por pequenas e grandes embarcações.

Cerca de duas dezenas de pescadores da Praia de Mira trabalham actualmente naquela região francesa, segundo a estimativa de Simão Marques.

«Se não formos nós, portugueses, muitos barcos estariam parados», disse, frisando que a falta mão-de-obra autóctone para o sector das pescas leva as empresas locais a recorrer a imigrantes.

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