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Seis anos de prisão por raptaram padre

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O Tribunal de Grândola condenou os dois reclusos que sequestraram em 2006 na prisão de em Pinheiro da Cruz um padre a uma pena única de seis anos e 10 meses de prisão, informa a agência Lusa.

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O tribunal justificou a pena pelo crime de sequestro agravado e de uso e detenção de arma proibida, pelos dois reclusos que durante quase 20 horas mantiveram sequestrado o padre Júlio Lemos, na altura capelão da cadeia de Pinheiro da Cruz.

Na presença do padre Júlio Pereira, o tribunal deu como provada a maioria dos factos pelos quais os reclusos estavam a ser julgados, nomeadamente a existência de um plano para sequestrar o padre e a existência de uma faca e de um engenho explosivo fabricado pelos dois arguidos.

O juiz que presidiu o colectivo afirmou que os arguidos exigiam a evasão do estabelecimento prisional, um veículo para fugirem e ainda um telemóvel. De acordo com o juiz, os dois homens «mantiveram-se sempre determinados a alcançar a liberdade a qualquer preço» e mostraram uma «criatividade invulgar no fabrico do engenho».

O magistrado salientou que os arguidos mostraram preocupação com o padre, nomeadamente quando o capelão sofreu um pequeno corte no pescoço, provocado pelo engenho que os reclusos lhe tinham atado ao peito. O juiz realçou também que os reclusos manifestaram cuidado com a alimentação do padre.

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No entanto, ressalvou, durante o período em que o padre esteve sequestrado - entre a manhã do dia 5 de Novembro de 2006 e a madrugada do dia seguinte - permaneceu sob ameaça psicológica permanente, ameaça de morte e de explosão do engenho. Segundo o juiz, os arguidos «agiram de pleno acordo, exercendo força física e ameaça com a faca e o engenho sobre o sacerdote».

O juiz salientou que os reclusos mostraram-se arrependidos pela sua conduta e apresentaram, em tribunal, as suas desculpas ao padre.

«Tudo acabou»

No final da sentença, o padre Júlio Lemos não quis fazer comentários sobre a decisão do tribunal, afirmando que são «julgamentos humanos, que nunca são coerentes e nem nunca o que deviam ser». «O mais importante de tudo o que aconteceu é que se consiga tirar lições de vida. A minha lição de vida foi confirmar a fé», disse, comentando que «tudo acabou como acabou devido à união das pessoas».

O padre Júlio Lemos, 38 anos, que está actualmente na paróquia de S. Teotónio, no concelho de Odemira, disse que perdoou desde o início os dois homens e lembrou que chegou a fazer uma promessa: «de que iria beber um copo com eles». «Até tinha comigo uma cervejas para comemorar a vida, mas não cheguei a propô-lo porque era caricato. Mas as promessas são para cumprir», avisou.

Questionado pelos jornalistas se iria visitar os arguidos à prisão, o padre disse que irá se se proporcionar, mas só depois de lançar o livro que está a preparar sobre o sequestro.

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