O processo das agressões a Leonor Cipriano passou por vários procuradores-adjuntos, durante a fase de inquérito tendo finalmente sido avocado pelo procurador da República, António Correia, que deduziu a acusação.
De acordo com informações recolhidas pelo PortugalDiário, o processo foi acompanhado de muito perto pela Procuradoria-Geral Distrital de Évora, onde chegaram a realizar-se várias diligências.
PUB
O procurador da República de Faro que acusou os cinco inspectores da PJ no processo das agressões a Leonor Cipriano, mãe de Joana, «está no Ministério Público há mais de 20 anos e sempre teve excelentes relações com a PJ» pelo que «se acusou os inspectores é porque entendeu que havia matéria suficiente no processo para isso», referiu ao PortugalDiário o procurador-adjunto daquela comarca, António Ventinhas, que rejeita a tese da perseguição à Judiciária.
Segundo este membro da direcção do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, que faz questão de falar a título pessoal, «se os arguidos quiserem reagir ao despacho de acusação devem seguir os meios próprios e requerer a abertura da instrução».
António Ventinhas critica ainda a actuação da Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal. «Não me parece sensato a ASFIC fazer afirmações sobre processos na praça pública. Se estivéssemos a falar de pessoas que ignoram as regras, mas não, estamos a falar de órgãos de investigação criminal que conhecem bem a lei».
Contactado pelo PortugalDiário, o presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, António Cluny, adiantou apenas que «a direcção está a ponderar uma resposta», mas «espera que as entidades competentes [procuradoria distrital de Évora, Procurador Geral da República e director nacional da PJ] assumam as suas responsabilidades».
(Leia a primeira parte deste artigo: «Testemunhas dizem que viram Joana»]
PUB