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Mais de dez mulas num só avião

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Tráfico nos aviões está a crescer. Cinco correios morreram em três meses

O tráfico de droga por via aérea está a aumentar e com ele aumentam também o número de «mulas» mortas. Desde o final de 2006 já morreram cinco correios que transportavam droga dentro do corpo. Dois deles tiveram uma overdose e sucumbiram em pleno voo. Os aviões foram obrigados a aterrar de emergência em aeroportos portugueses.

«O tráfico aéreo está a aumentar. É consequência dos bons resultados alcançados no tráfico por via marítima. Os traficantes não conseguem transportar toneladas por aviões, mas sabem que se colocarem 10 a 15 «mulas» num avião, mesmo que as autoridades detectem três, as outras passam», explicou ao PortugalDiário fonte da Direcção Central de Investigação do Tráfico de Estupefacientes (DCITE), da Polícia Judiciária.

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Em Fevereiro, um avião que viajava de Cancun para Birmingham aterrou de emergência, nos Açores, devido a um casal britânico em overdose. A jovem morreu, mas o rapaz sobreviveu. «É um caso raríssimo, até porque rebentaram várias bolotas», explicou a mesma fonte. O jovem de 21 anos escapou mas ficou com lesões cerebrais.

Na semana passada, o mesmo voltou a acontecer. Um voo que ligava Cabo Verde a Amesterdão aterrou de emergência, desta vez, na Portela. Um nigeriano de 47 anos transportava droga dentro do corpo. O rebentamento de apenas uma bolota levou-o à morte.

«Mulas» assistidas em hospitais civis

«A PJ intensificou as investigações e tem feito operações diárias nos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro. É um tráfico mais difícil de detectar porque a droga está dentro do corpo. Portugal é um ponto de encontro das várias redes internacionais e muitos passam por cá», explica a fonte da PJ.

Cerca de 75 por cento do tráfico aéreo é feito com recurso às mulas. O risco para a vida é elevado, mas mesmo os casos que não são fatais levam os correios aos hospitais. «Depois de serem detidos nos aeroportos, as mulas são levadas para os hospitais civis para que possam expelir o estupefaciente. Isso implica que uma equipa de inspectores fique a guardar o suspeito 24 horas», explica a PJ.

O aumento dos casos leva a que mais inspectores fiquem «presos» nos hospitais e não possam estar a efectuar outras operações. «Os suspeitos deviam de ser transferidos para hospitais-prisões», defendeu.

Recentemente uma «mula» deslocou-se à esquadra do Cacém, em Sintra, e pediu ajuda. «Confessou que era «mula» e que não conseguia expelir as bolotas. Disse que estava com medo de morrer e pediu ajuda», contou. Foi para o hospital e sobreviveu. Agora enfrenta um processo judicial por tráfico de droga.

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