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O bastonário da Ordem dos Médicos considera “inaceitável” desperdiçar plasma resultante de um “ato generoso” dos portugueses, mas defende que se retire benefício financeiro do sangue doado para reverter a favor do Serviço Nacional de Saúde e dos doentes.
José Manuel Silva falava à Lusa a propósito de um debate que a Ordem dos Médicos (OM) promove na terça-feira à noite subordinado ao tema “Sangue e plasma: ciência vs preconceito; doação vs comércio; aproveitamento vs desperdício”.
“A Ordem dos Médicos promoveu um debate para discutir estas questões que tem a ver com a necessidade de um mais conveniente e abrangente uso do plasma português. Não é aceitável desperdiçar, quando se tem um quantidade que permite ao país ser autossuficiente”, afirmou.
Por outro lado, considera que apesar de o sangue não ter preço, pode e deve ter um valor de mercado, de forma a que possa ser negociado, tendo em vista o financiamento, por exemplo, dos tratamentos de que o sangue é alvo, para poder ser transfundido com segurança.
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“O tratamento do sangue é oneroso, implica custos que é necessário que alguém financie. Sendo a doação um ato benévolo terá que haver um componente financeiro no circuito, que deve ser controlado e reverter em beneficio de dadores e recetores”, afirmou.
A posição da Ordem sobre a venda de plasma“Há um emissor e um recetor que não devem ser onerados, mas no meio há todo o circuito que tem custos”, sublinhou.
“Se essa doação benévola pudesse reverter para o SNS e para a saúde dos portugueses, não vejo qualquer problema de ética. Os doadores sentir-se-iam mais confortáveis de saber que, além de benefício direto, haveria um benefício indireto”, defendeu.
“Está garantida a segurança, mas é preciso cuidados quanto aos critérios de seleção dos dadores e cuidados de preservação do sangue”, afirmou, lembrando que em Portugal tem havido polémica quanto à orientação sexual dos dadores.
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O debate contará ainda com a presença do diretor do Serviço de Imunohemoterapia do centro Hospitalar Lisboa Norte, do presidente do colégio de especialidade de Imunohemoterapia e do presidente do Instituto Português do Sangue e Transplantação.
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