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Banco Alimentar recebeu comida apreendida pela PJ

Feijão e grão serviram para dissimular cocaína. Há quem só ofereça «artigos de luxo»

O Banco Alimentar Contra a Fome recebeu 30 toneladas de feijão e grão apreendidas pela Polícia Judiciária misturadas com cocaína para dissimular a droga, revelou este domingo a presidente daquela instituição, Isabel Jonet, em declarações à Lusa.

A responsável pela organização disse que o feijão e o grão apreendidos pela Judiciária estão a ser distribuídos pelos pobres e pelos sem abrigo na região de Lisboa, mas sublinhou que «até chegar aqui foi muito complicado».

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Mil toneladas de alimentos recolhidos

Isabel Jonet explicou que a Polícia Judiciária entregou os cereais secos e em cru ao Banco Alimentar, o que levou a organização a «puxar pela imaginação» porque os «pobres não têm panela de pressão ou mesmo fogão».

Por isso, explicou, decidiram pedir ajuda à empresa de produtos alimentares Compal.

A empresa cozinhou a grão e o feijão «sem receber um tostão», tendo, no final, rendido 70 toneladas de alimento.

A responsável do Banco Alimentar explicou que essa quantidade de comida provocou problemas de distribuição, mas a Compal «deu os frascos e [disponibilizou] o processo de embalagem a vácuo» para condicionar os alimentos e para não se estragarem.

Comida com rótulo Banco Alimentar

Depois uma outra empresa criou os rótulos para aplicar nas embalagens que hoje estão a ser distribuídas aos sem-abrigo e mais carenciados.

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Desta forma, o Banco Alimentar está a distribuir produtos com marca própria até acabar o stock para cerca de 400 instituições na região de Lisboa que os redistribui a pessoas carenciadas.

Só oferece «artigos de luxo»

Esta é uma história de muitas que passam pelo banco alimentar, explica a responsável, lembrando que há outras curiosidades.

«Sei de uma pessoa que não oferece bens essenciais mas sim artigos considerados de luxo», alegando que os pobres também têm direito a um «miminho», pelo que envia chocolates, bombons, e até marisco, referiu Isabel Jonet.

O Banco Alimentar não solicita produtos frescos nas campanhas, mas muitas pessoas mandam leite do dia, pão, frascos de comida para bebé, carne, peixe, produtos, que obrigam a uma operação de logística redobrada.

Nunca «deixamos estragar nada, na segunda-feira [esses produtos] vão para creches e crianças carenciadas», sendo os primeiros produtos a serem distribuídos.

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