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Cavaco alerta para «meses difíceis que aí vêm»

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PR defende «maior activismo» do Estado sem «intervencionismos populistas»

O Presidente da República alertou esta sexta-feira para os «meses difíceis que aí vêm», defendendo um «maior activismo» do Estado mas sem «intervencionismos populistas ou voluntarismos sem sentido» e com uma resposta eficaz aos problemas sociais, refere a Lusa.

Num discurso muito virado para a crise que Portugal atravessa, com a economia a enfrentar desafios conjunturais e estruturais «muito sérios», o Presidente da República deixou algumas pistas para «preparar o futuro» na abertura do IV Congresso da Associação Cristã de Empresários e Gestores, na Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa.

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Assim, defendeu, além de estabilizar e restaurar a confiança no sector financeiro, é «essencial» a defesa do emprego e uma «resposta pronta e eficaz aos problemas de natureza social».

«Não se trata de governar para os números, nem para as estatísticas. Estão em causa problemas concretos de natureza social, que geram situações de desespero e afectam com especial gravidade os mais desprotegidos», disse.

Problemas cuja resolução, sublinhou, são «uma responsabilidade política e, mais do que isso, uma condição necessária para a estabilidade da nossa democracia».

Porque, continuou o chefe de Estado, a par do agravamento do desemprego e do endividamento excessivo, aumentam as situações de carência alimentar, de famílias que não conseguem suportar os encargos com a educação dos filhos e de instituições sem recursos para responder aos novos casos que «lhes batem à porta».

«Este é um período em que se pede ao Estado um maior activismo», defendeu, recusando, contudo «intervencionismos populistas ou voluntarismos sem sentido», porque os recursos do País são escassos.

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«É preciso garantir o máximo de transparência na utilização dos dinheiros públicos», sublinhou, considerando crucial que a intervenção pública seja ponderada e rigorosa, visando de forma clara a resolução dos problemas concretos e a preparação dos desafios do futuro.

Contudo, continuou, este é também um tempo em que se exige às empresas rigor e clarividência social, não devendo a sua responsabilidade esgotar-se na sua área específica de negócios, devendo incluir a promoção da Justiça, da equidade e da valorização humana.

«Há que aproveitar as potencialidades do diálogo no interior da empresa, entre gestores e trabalhadores, no sentido de promover respostas articuladas à crise e de aproveitar ao máximo os recursos humanos disponíveis», preconizou.

Falando perante uma plateia de empresários e gestores, Cavaco Silva voltou ainda a alertar para a «preparação do Portugal que queremos para o futuro», que exige «políticas públicas adequadas mas também uma atitude responsável e competente por parte das empresas».

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«O pior que nos poderia acontecer era a crise acentuar a tendência, bem nociva para o País, de algumas empresas procurarem a protecção ou o favor do Estado para a realização dos seus negócios», disse, defendendo gestores e empresários autónomos em relação ao poder político e inovadores.

«Tenho confiança nas capacidades da grande maioria dos empresários e gestores nacionais. Tenho plena confiança nos Portugueses», garantiu.

Contudo, reiterou, «os meses que aí vêm serão difíceis e o ano de 2010 não será fácil».

«Não ignoro que Portugal pode vir a enfrentar um período de contracção ou estagnação económica e de aumento do desemprego mais prolongado do que muitos pensariam no início da crise», reconheceu.

Por isso, salientou, «devemos estar preparados».

O Presidente da República defendeu ainda o aproveitamento do momento de crise como «um ponto de viragem», considerando que seria politicamente perigoso e eticamente reprovável repercutir os custos da situação económica sobre os mais desfavorecidos.

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