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PJ conclui investigação a rede suspeita de lesar Estado e empresas em 3ME

Em causa crimes de burla qualificada e branqueamento de capitais

A diretoria do sul da PJ anunciou esta quinta-feira a conclusão de uma investigação a uma rede que, em três anos, terá utilizado nove empresas em todo o país para praticar crimes de burla qualificada e branqueamento de capitais.

Em comunicado, a Polícia Judiciária (PJ) adianta que a investigação permitiu constituir 34 arguidos, cinco dos quais em prisão preventiva, que terão montado um esquema através do qual lesaram o Estado e 200 empresas, na sua maioria do setor da construção civil, em mais de três milhões de euros.

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Fonte ligada à investigação explicou à agência Lusa que o grupo criminoso, desmantelado em julho do ano passado, se fazia valer da sua suposta boa saúde financeira para encomendar grandes quantidades de mercadoria, que nunca chegava a ser paga aos fornecedores, mas que era revendida a um custo inferior ao preço do mercado.

Além da construção civil, o grupo abrangia também outros setores de atividade, nomeadamente na área dos combustíveis ou produtos alimentares, explicou a mesma fonte, sublinhando que foram ainda adquiridas dezenas de viaturas através de contratos com instituições financeiras.

O grupo conseguia normalmente crédito por um período entre 30 a 60 dias, pagando no ato da entrega da mercadoria com cheques pós-datados, período após o qual desaparecia sem deixar rasto, deslocando-se para outra zona do país, onde montava novamente o mesmo esquema.

A rede - que entre 2010 e 2013 usou nove empresas do sul, centro e norte do país, a primeira das quais em Olhão -, escolhia empresas já existentes, com um historial «limpo», cujos sócios originais não tinham interesse em mantê-las, mas que ainda estavam em condições de emitir cheques e aceder a crédito.

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Cada empresa era um «projeto diferente» do grupo, que colocava como sócios-gerentes fictícios pessoas desempregadas ou de difícil localização, muitas vezes estrangeiras, que recebiam as mercadorias e as encaminhavam para os recetadores, sempre num curto espaço de tempo, até que desapareciam, explicou a mesma fonte.

Após revender os materiais e produtos encomendados, o grupo embolsava o dinheiro, não pagava os cheques, saldava as contas bancárias e os seus membros solicitavam junto da Segurança Social o pagamento do subsídio de desemprego, alegando que a empresa estava insolvente.

Nas buscas efetuadas a armazéns que o grupo possuía, foi possível recuperar uma pequena parte da mercadoria ilicitamente adquirida, tendo também sido recuperados no estrangeiro dois veículos automóveis que se encontravam para venda, conclui o comunicado.

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