O rio Tâmega, nas freguesias do sul de Amarante, tem apresentado nos últimos dias manchas azuladas e acastanhadas e um cheiro desagradável, situação provocada, segundo a autarquia, por uma descarga ilegal de origem desconhecida.
De acordo com a Lusa, populares de Salvador e Vila Caiz, freguesias das duas margens do rio, garantem que o problema começou a sentir-se no final da semana passada, mas nos últimos dias ter-se-á agravado.
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Na quarta-feira, técnicos do município estiveram na margem esquerda, em Salvador, a fazer recolha de amostras de água que enviaram para análises.
Carlos Pereira, vereador do Ambiente na Câmara de Amarante, garantiu hoje à Lusa desconhecer a origem da poluição, mas disse estar seguro de que se tratou de uma descarga ilegal efetuada naquela zona do concelho.
O autarca refere que o resultado das análises, que deverá demorar três semanas a chegar, permitirá esclarecer o tipo de poluição e ajudar na identificação da fonte.
Questionado sobre se a poluição pode ter sido provocada pela ETAR da cidade, Carlos Pereira negou essa possibilidade, frisando que a zona onde se situa aquele equipamento, junto à cidade, não foi afetada.
«Junto a Amarante, a água não tem manchas», anotou.
O responsável pelo pelouro do Ambiente no município também rejeitou que a poluição possa ter sido provocada pelo emissário que está a ser construído na margem direita do rio e que, a partir do início de 2013, levará os efluentes da sede do concelho, a montante, até à nova ETAR de Vila Caiz, construída recentemente.
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O presidente da Junta de Vila Caiz, António Jorge Ricardo, disse à Lusa que os maus cheiros têm sido sentido nos lugares mais próximos do rio.
«As pessoas ligaram para cá várias vezes e falavam de cheiros muito desagradáveis», contou.
O autarca disse à Lusa que, hoje de manhã, a barragem do Torrão, a jusante, terá aberto as comportas, provocando mais corrente no rio e deslocando parte da poluição para longe de Amarante.
António Jorge Ricardo recorda, por outro lado, que a qualidade da água do Tâmega, devido ao menor caudal, degradou-se no último verão com a acumulação de cianobactérias que conferem ao rio um tom esverdeado.
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