Uma ex-funcionária de uma creche do Porto, onde sete educadoras e auxiliares estão acusadas de maus-tratos a 33 crianças, confirmou esta quinta-feira em tribunal ter denunciado a situação a alguns pais para que estes atuassem.
“Vi muita coisa naquela creche, desde darem sapatadas e bofetadas às crianças, retirarem-lhes os brinquedos, insulta-las, colocarem-nas numa sala sem luz e em cadeiras de automóveis como castigo por se portarem mal”, disse a testemunha perante o coletivo de juízes do Tribunal São João Novo, no Porto.
Segundo a acusação, há relatos de crianças presas com cintos de segurança, de sapatadas quando não queriam comer ou dormir, de ameaças e insultos, de palmadas ou de castigos num quarto sem luz natural.
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Acrescenta que as arguidas evitavam dar água às crianças para que não urinassem e, consequentemente, não tivessem de mudar de fralda frequentemente.
Um aluno que dizia palavrões levou o tratamento da "pimenta na língua", refere ainda o MP.
A ex-funcionária, que diz ter sido despedida após ter feito a denúncia, afirmou que os alegados maus-tratos às crianças eram “frequentes".
“Muitos dos meninos choravam porque elas [educadoras e auxiliares] não as deixavam brincar, cantar ou fazer barulho”, salientou.
“Se as crianças fossem mal tratadas, eu nunca compactuaria com isso. E ter-me-ia ido embora”, disse, na altura.
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