O Brasil quer contratar médicos portugueses para trabalharem no interior e nas periferias das grandes cidades, onde os cuidados de saúde são mais precários.
O incentivo aos médicos brasileiros para trabalhar nas zonas mais necessitadas do país é de 3 mil euros de salário, mas a oferta não cobre a procura.
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Depois de já ter contratado médicos cubanos, o Governo da presidente Dilma Rouseff vira-se agora para Portugal e também Espanha.
O ministro brasileiro da Saúde manifestou a intenção de contratar médicos portugueses e espanhóis, destacando a qualidade dos profissionais dos dois países ibéricos e mostrando-se também a par dos níveis de desemprego do outro lado do Atlântico.
O bastonário da Ordem dos Médicos alertou hoje para a possibilidade de «o novo fluxo migratório» de clínicos para o Brasil ser «potencialmente muito negativo» para Portugal, ondem fazem falta aos doentes portugueses.
Segundo José Manuel Silva, o Brasil «está a oferecer condições atrativas», «superiores àquilo que neste momento é pago em Portugal a especialistas», o que pode levar «alguns ou até muitos médicos portugueses a optarem por emigrar», referindo-se aos salários oferecidos de 3.000 euros.
O bastonário falava aos jornalistas em Ponta Delgada, à margem do VI Fórum Ibero-americano de Entidades Médicas (VI FIEM), que decorre em São Miguel, nos Açores, até sexta-feira, tendo sido questionado sobre a intenção do Brasil em contratar 6.000 médicos cubanos, portugueses e espanhóis.
«Um especialista médico fica caro ao país», sublinhou ainda José Manuel Silva, vincando que é «o país abrir mão dos seus especialistas para outros países», é «um erro do ponto de vista económico, humano, social e médico».
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