O apelo ao consumo na época natalícia deve ser encarado com «coragem» pelos pais, que devem resistir aos inúmeros pedidos das crianças, oferecendo-lhes poucas prendas, mas que sejam significativas para elas, defendeu um especialista em declarações à «Lusa».
«Os pais devem ter atenção aos pedidos dos filhos, mas não devem comprar tudo e mais alguma coisa e devem conciliar com a família os presentes que vão oferecer», sublinhou o psicoterapeuta e ludoterapeuta Vasco Catarino Soares.
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Numa altura de crise financeira, esta sugestão tem ainda mais peso, segundo o especialista, que deixa cinco conselhos práticos para ajudar os pais: «Duas ou três prendas», «Esquecer a ideia de uma prenda para dois irmãos», «Explicar aos filhos porque se deve ter poucas prendas», «Dar o exemplo» e «Brincar, brincar, brincar».
O especialista defende que os pais não devem ir pelo «exagero»: «quando se oferecem muitas prendas, as crianças olham para elas e metem-nas logo de lado devido ao excessivo número de presentes». E o excesso, segundo o especialista, transformou esse momento de dar «quase» num ritual. «Deixou de haver o entusiasmo de descobrir o que estava embrulhado».
Pais devem explicar por que não podem ter tantos presentes
Para os presentes terem mais valor, o psicoterapeuta defende que «os pais devem escolher duas ou três prendas», mas que sejam importantes para os filhos e possíveis para a bolsa dos pais.
«Uma prenda de valor para as crianças nem sempre é a mais cara. Às vezes, um brinquedo mais simples oferecido por um tio ou outra pessoa acaba por revelar-se o brinquedo preferido», sublinhou.
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Por outro lado, os pais devem explicar aos filhos por que não podem ter tantos presentes.
«Mesmo que a criança diga que gostava de ter aquele brinquedo que os amigos têm, a mensagem que os pais devem fazer passar é a de que nem sempre é possível ter tudo e que o dinheiro custa a ganhar», justificou.
Pais devem dar o exemplo
Vasco Soares frisou que, por «muito dura que seja, a verdade é sempre preferível do que a mentira e o engano» e as crianças compreendem isso, mesmo que pareça que não.
O comportamento dos pais também servirá de exemplo para os filhos. «Se os pais são gastadores e consumistas, mas depois dizem aos filhos que não podem ter mais prendas porque não têm dinheiro, a mensagem sai furada. Porque aquilo que as crianças vão seguir é o comportamento dos pais», acrescentou.
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