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Fátima: apelo à paz marca mensagem deixada em 1917

Cardeal Saraiva Martins apontou ainda o Islão como o próximo desafio da Igreja Católica no diálogo inter-religioso

A mensagem de Fátima é «profundamente evangélica de amor, de conversão, de reconciliação e de paz», considerou esta segunda-feira o cardeal José Saraiva Martins, acrescentando que «o seu chamamento primordial é o apelo evangélico» à vida «na verdade, no amor».

Falando na homilia da eucaristia desta noite, escreve a Lusa, integrada na Peregrinação de Maio ao Santuário, o Prefeito da Congregação para a Causa dos Santos recuou a 1917, ano das aparições de Fátima, para afirmar que, «numa época em que o mundo se envolvia no seu primeiro conflito mundial, em que a Igreja se via segregada do mundo e os fiéis viam na Igreja quase só a hierarquia, Maria vem reconduzir a Igreja às suas origens, ensinando-a a orar com ela».

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«Nossa Senhora fá-lo como verdadeiro ícone do amor maternal, da verdade de Deus», incluindo «os pecadores, os ateus, mas também os cristãos adormecidos», afirmou D. Saraiva Martins, acrescentando que «A paz, dom de Deus para todos, é tarefa de todos. De todos os homens de todas as crenças e credos».

Mas, segundo o cardeal português, a mensagem de Maria em Fátima acontece, também, «tendo em mente» os «irmãos muçulmanos do Islão, pois Fátima é o nome da filha predilecta de Maomé, considerada por ele a encarnação da graça e da beleza».

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«Como que a recordar que a tarefa da construção da paz, dom de Deus começa e passa pelo diálogo sincero e recíproca cooperação entre as três grandes religiões monoteístas que professam a fé de Abraão no Deus único e verdadeiro, e não podem, em nome dessa fé, desfigurar, com gestos de ódio e violência, o rosto autêntico de Deus».

Apelando ao «ecumenismo da oração», que inclua «num único abraço povos diferentes por origem, história e cultura», D. José Saraiva Martins, perante muitos milhares de peregrinos, exortou a que o testemunho de paz de cada um «não pode ficar só na Igreja ou em casa: deve sair para fora e tocar a própria natureza, hoje profundamente ameaçada pela actividade do homem».

Antes da eucaristia desta noite, o cardeal já havia apontado o Islão como o próximo desafio da Igreja católica no diálogo inter-religioso. «Temos de favorecer o mais possível o diálogo entre nós e o islamismo» que «não é um movimento monolítico» mas tem várias «tendências: umas mais fundamentalistas e outras mais abertas» ao contacto com outras religiões. «O diálogo é inevitável, num tempo de globalização ninguém pode estar fechado», acrescentou o cardeal português.

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