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Há menos jovens a consumir álcool e canábis nas escolas

Programa de prevenção de “uso de substâncias por adolescentes” desenvolvido em contexto escolar, ajudou a uma maior consciência para o risco desses consumos

Em relação aos consumos propriamente, constata-se que o grupo alvo de intervenção não inicia o consumo de álcool ao contrário do outro, acrescenta.

Um programa de prevenção de “uso de substâncias por adolescentes” desenvolvido em contexto escolar desde 2010 resultou num aumento da perceção do risco desses consumos e na diminuição do número de jovens que começam a consumir álcool e canábis.

Estes são os resultados preliminares de “Trilhos”, um programa de prevenção e de intervenção em contexto escolar, lançado em 2010, que teve como objetivo reduzir o número de alunos que inicia o consumo de tabaco, álcool e cannabis antes dos 15 anos de idade.

Esses dados, relativos à perceção de risco e ao uso de substâncias, são hoje apresentados na “1ª Conferência Europeia sobre Comportamentos Aditivos e Dependências – Lisbon Addictions 2015” que decorre até dia 25 em Lisboa.

Segundo Ana Tavares, autora do estudo, a perceção do risco funciona nos jovens como um “mediador” em relação ao uso de substâncias e, embora ainda seja preciso “aprofundar melhor a questão do risco”, estes resultados já permitem perceber que “há um aumento da perceção de risco” entre os jovens que participaram no estudo.

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Trata-se de adolescentes de 13 anos (3º ciclo) de várias escolas do interior do país, “porque eram escolas onde não havia intervenção”.

“É um dado encorajador [o aumento da perceção de risco]. Dentro do grupo alvo de intervenção, o grupo que relata nunca ter consumido álcool e tabaco revela uma maior perceção. Isto é congruente com outras substâncias”, explicou a investigadora à Lusa.

O estudo conclui ainda que os que referem não consumir álcool têm também uma perceção de risco em relação a outras substâncias como o tabaco ou a cannabis e têm maior capacidade de destrinçar os mitos da realidade, como acontece com a ideia generalizada de que “fumar haxixe faz menos mal do que tabaco”.

O programa partiu inicialmente de grupos equivalentes, relativamente à perceção de risco e ao uso de substâncias, e “ficaram diferentes no fim”.

No entanto, Ana Tavares ressalva que destes resultados ainda é preciso “discriminar o que depende da intervenção e do próprio desenvolvimento” dos jovens.

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“Esses são os estudos a seguir. É preciso outras ferramentas, é preciso mais investigação” acrescenta.

Na opinião da investigadora, este programa tem vantagem de ser desenvolvido e aplicado pelos professores. Os autores do estudo dão formação aos professores, ensinando-lhes a forma de o aplicar, e fazem o acompanhamento inicial. Os professores, depois, apresentam na sala de aula.

Com este programa pretende-se fornecer “ferramentas” para desenvolver competências pessoais e sociais, como as competências de resolução de problemas, de comunicação, de gestão emocional ou de tomada de decisões, aspetos “que se sabe contribuírem para a resiliência e potenciarem um desenvolvimento saudável”.

No fundo, centra-se nas áreas informativa, emocional e social, acrescenta Ana Tavares, explicando que estas competências funcionam como “fatores de proteção relativo ao início de consumo de substâncias”.

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