Já fez LIKE no TVI Notícias?

Partidos correm risco de ser «dispensáveis»

Relacionados

Durante a governação, caso não se reformem, diz António José Seguro

O deputado socialista António José Seguro alertou hoje que se os partidos não se reformarem correm o risco de se transformarem em «exércitos eleitorais, dispensáveis durante os períodos de governação».

O alerta do deputado socialista foi feito na apresentação do livro «O Regresso dos Partidos», da autoria de Alcídio Torres e Maria Amélia Antunes, presidente da Câmara do Montijo, que decorreu na Fundação Mário Soares, e que tem prefácio do presidente do PS, António de Almeida Santos.

PUB

«O que necessitamos é do regresso da política, da política com P grande, aos partidos e às instituições (...) O regresso dos partidos é o regresso das pessoas aos partidos», defendeu.

No final da sessão, questionado pelos jornalistas, Seguro recusou dirigir estas recomendações exclusivamente ao partido em que milita.

«É uma mensagem para todos os partidos e também para o PS», precisou.

A este propósito, o deputado do PS recordou que lançou recentemente na sua página na Internet uma proposta para incentivar a discussão política no seu partido: um sistema misto para as escolhas dos líderes partidários, em que as eleições directas seriam antecedidas de um congresso onde os candidatos se apresentariam e discutiriam políticas.

«É uma forma de intervenção cívica perante quem não se resigna a um certo enfraquecimento dos partidos», disse, frisando que se trata de «uma proposta positiva».

Sobre as reacções a esta sugestão, o deputado admite que tem tido ecos mas recusou concretizar se poderá vir a ser adoptada no futuro pela direcção socialista.

PUB

António José Seguro sublinhou que, se os partidos enfraqueceram a sua ligação com a sociedade, continuam a desempenhar «um papel central no campo institucional».

«Os partidos políticos devem reformar-se, nomeadamente melhorando os mecanismos de democracia e participação interna, renovando as suas elites dirigentes ao nível local, regional e nacional», defendeu.

Seguro quer ainda que os partidos reforcem a transparência no uso dos seus recursos, apostem num relacionamento estável com os movimentos sociais e indexem uma percentagem das subvenções estatais ao desenvolvimento de actividades sociais.

«Caso contrário (...) os partidos correm o risco de se transformarem em exércitos eleitorais, dispensáveis durante os períodos da governação», disse.

Mário Soares, que marcou presença apenas no início da apresentação do livro, defendeu também um regresso dos partidos «com mais força».

«Quando muita gente pensa que os partidos vão morrer e não devem existir, é salutar que existam duas pessoas muito envolvidas na política que lançam este livro», elogiou.

PUB

Relacionados

Últimas