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Bairro Alto: incidente «não vai espalhar medo», dizem moradores

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Duas viaturas da PSP foram incendiadas durante a noite

Um vidro partido, janelas chamuscadas e vestígios de fumo são as marcas deixadas em algumas casas do Bairro Alto (Lisboa) pelo incêndio de duas viaturas policiais, um crime que, segundo moradores, «não vai espalhar medo» na zona.

Hoje de madrugada, vários residentes da Travessa André Valente e das ruas contíguas acordaram sobressaltados com o estrondo do rebentamento dos vidros dos dois carros, estacionados em lugares reservados às viaturas da PSP, que tem uma esquadra a poucos metros, mas sem visibilidade directa para o local.

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Laurinda Antunes, que vive sozinha e está prestes a completar 80 anos, chegou a sentir-se mal, depois de ter acordado com «um estouro»: «Um dos carros estava mesmo em frente à minha casa e o vidro da porta partiu-se, não ganhei para o susto. Quando ia a sair, senti um calor enorme».

Armanda Pinto, moradora no Bairro Alto há mais de 30 anos, também apanhou «um susto enorme», mas durante a tarde já só se queixava do sono - «os nervos não deixaram ninguém dormir depois daquilo» - e da sujidade causada pelo fogo na sua casa.

«Passo as mãos pelos móveis e janelas e ficam pretas, vai dar um trabalhão limpar. E tenho três ventoinhas ligadas e o cheiro a fumo não desaparece», contou à Lusa, interrompendo a explicação para alertar uma vizinha.

«Ó mulher, não varras as cinzas da rua que a polícia disse para não mexermos em nada», disse.

Um dos veículos já foi retirado

De entre os vários moradores com quem a Lusa falou, nenhum viu ou sabia de quem tenha assistido ao momento em que os dois carros foram incendiados, até porque na zona, mais afastada dos estabelecimentos de diversão nocturna, «só há gente de passagem» durante a madrugada.

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Ainda assim, a maioria garantiu que o incidente não lhe vai tirar o sono, até porque foi inédito. «Nunca aconteceu nada disso aqui. E não é por isto agora que vamos ficar de vigia toda a noite, aconteceu, mas passou e ninguém se feriu», disse uma outra vizinha, com quem o restante grupo que se reuniu hoje na rua concordou de imediato.

«Isto não vai espalhar o medo aqui. Ainda acreditamos que a PSP está cá para que estas coisas sejam raras», acrescentou outro residente.

Cerca das 15:00, um dos dois carros tinha já sido retirado da travessa, mas vários agentes encontravam-se de vigilância no local.

Segundo a PSP, dois homens suspeitos de terem cometido crime foram detidos «para averiguações», não havendo ainda mais informações sobre o caso, já entregue à Polícia Judiciária.

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