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Reportagem: jornalistas acompanharam mega-operação

500 agentes na rua para «mostrar que a polícia não tem medo»

Aos jornalistas foi apenas comunicada a iminência de uma mega-operação. Não sabíamos se na estrada, nos bares e discotecas ou nos bairros mais problemáticos do Porto. Afinal percorremos todos esses locais.

Eram cerca de 500 polícias distribuídos pela área do Grande Porto. Os objectivos: detectar indivíduos suspeitos, encontrar armas ilegais, fiscalizar a segurança privada a bares e discotecas, operações contra tráfico de droga e fiscalização de trânsito. Foi este o aparato que os jornalistas, convidados para acompanhar a operação, encontraram no Comando da PSP do Porto.

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A noite estava fria, mas prometia aquecer. A PSP não esconde que o verdadeiro objectivo desta mega-operação é reestabelecer o sentimento de segurança nos cidadãos. «Queremos mostrar que a polícia está nas ruas, que não tem medo», disse aos jornalistas o sub-intendente Pedro Teles, responsável pela coordenação das equipas.

Os episódios de violência sucederam-se: seis mortes nos últimos meses. Fala-se do medo e do clima de insegurança que se vive na noite. Mas esta sexta-feira a noite esteve mais calma, estranhamente calma.

Miragaia: PSP voltou ao local do crime

A primeira operação a que o PortugalDiário assistiu decorreu em Miragaia, exactamente no local onde foi executada a penúltima vítima dos homicídios que abalaram a cidade. Esta noite procurava-se sobretudo droga, mas a decepção da PSP é visível. «Não encontrámos nada de especial», comentam. A chegada do aparato policial afugentou um dos traficantes referenciados da zona. Terá de ficar para a próxima.

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A paragem seguinte foi no outro lado do rio, no Cais de Gaia. Juntamente com os agentes que fiscalizavam as questões de trânsito estavam elementos do Departamento de Investigação Criminal que verificavam se não havia mandados pendentes contra os condutores que eram mandados parar. No mesmo local estavam equipas cinotécnicas, agentes com cães preparados para detectar o cheiro de drogas nos veículos.

Polícia entra no Bairro do Aleixo com cães

Também com cães, mas estes visivelmente mais ferozes, o corpo de intervenção entrou em acção no Bairro do Aleixo, junto à famosa Torre 1, local conhecido pela afluência de consumidores de droga. Dos recantos escuros e sujos do edifício foram saindo, um a um, os toxicodependentes que ali se encontravam. Depois foram alinhados em frente a um muro, revistados e identificados. «São só panfletos», diziam os responsáveis da PSP, «doses pequenas». No rosto, a expressão era comum: tristeza e vergonha. Eram 14, mas segundo a PSP, «numa noite normal serão 50».

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No Bairro do Cerco a calmaria mantém-se. A polícia admite que esta não é uma noite normal. No dia 14 do mês ainda costuma haver dinheiro para droga. «Talvez seja do frio», dizem. Ou do facto de saberem que a segurança foi reforçada depois de todos estes casos de mortes de seguranças da noite.

Seguranças em bares e discotecas

A cidade está calma. Quase não se vêem pessoas e há poucos carros a circular. Isso, até chegarmos à zona industrial. Na zona de maior concentração de bares e discotecas do Grande Porto a agitação é a normal para uma noite de sexta-feira, ainda por cima, último dia de aulas e dia de jantar de Natal para muitas empresas. Aqui, a PSP investiga a segurança privada. O cartão que o segurança de uma discoteca mostra ao agente prova que está habilitado e autorizado para desempenhar essa função. Através do PDA, a PSP tem acesso à base de dados e confere a autenticidade do cartão. Uma discoteca que tenha um segurança ilegal incorre numa multa de 10 mil a 40 mil euros. Já o segurança não é responsabilizado.

Esta noite, também o fisco e a Inspecção-Geral das Actividades Económicas (IGAC) andaram na rua para verificar se bares e discotecas têm a facturação em ordem.

Leia a seguir: Mega-operação: 24 detidos no Porto

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