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Vídeo: rusga revolta moradores

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Mega-operação da PSP na Quinta da Fonte, em Loures, faz correr entre a população queixas de violência policial. E desejos de vingança. PDiário visitou o bairro, falou com habitantes e deixa-lhe as duas versões de uma manhã agitada da qual resultaram 10 detidos e a apreensão de 300 munições

A frase «Apelação no Movimento Criminal» dá as boas-vindas. O grafitti preenche uma das paredes da entrada do bairro da Quinta da Fonte, em Loures, onde ocorreu uma mega-operação de rusga da PSP esta manhã que deteve 10 pessoas e identificou 75 indivíduos.

As palavras revelam o sentimento de desagrado dos habitantes para com a polícia. Para José Orlando, que mora no bairro há 11 anos, a intervenção da PSP não foi a mais correcta. «Eles queriam encontrar armas. As pessoas começaram aos gritos porque eles não olhavam às crianças e só queriam bater nas pessoas adultas», refere.

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Em declarações ao PortugalDiário, o habitante conta como foi surpreendido pela operação: «Acordei com um enorme estrondo de um dinamite no meu prédio e muitas pessoas a chorarem».

Isildo Ramos partilha a revolta sobre a forma como a PSP agiu e antevê vida difícil para o próximo polícia que entrar no bairro. «Não foi a primeira vez, o que vai criando uma revolta maior. Eles foram muitos e entraram aqui, agora quando virmos um carro patrulha vamos tentar bombardeá-lo».

Poucas horas após a operação, as pessoas juntaram-se nas várias ruas em grupos, onde discutiam e falavam sobre o que tinha ocorrido.

Mas nem todos os moradores tinham uma opinião negativa sobre a acção da polícia. Alicia, funcionária do ATL da Quinta da Fonte, acredita que os resultados vão ser positivos. «Quem não deve não teme. As rusgas em todos os bairros devem ter consequências positivas. Para isso é que existe a autoridade», disse. Há nove anos a morar no bairro, Alicia refere que «nunca teve problemas» e até gosta da zona onde habita e trabalha.

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Armas, silenciadores e miras telescópicas

Ao PortugalDiário Paula Monteiro, porta-voz do Comando da PSP de Lisboa, reage às acusações de violência policial e explica que a acção foi «preventiva», ao abrigo da nova lei de das armas e que teve a presença de cinco magistrados do Ministério Público e o acompanhamento do juiz de instrução criminal.

«Foi a primeira vez que foi realizada uma operação neste enquadramento e para nós, o resultado é muito positivo, uma vez que foram retiradas armas ilegais da rua e foi devolvido o sentimento de segurança à população. Quando é preciso a polícia actua», explicou.

A PSP arrombou portas quando os moradores não abriam ou quando não estavam em casa. No entanto, o Comando garante que não houve resistência ou incidentes de registo.

Na operação desta manhã, a PSP apreendeu 26 armas de fogo, entre caçadeiras, shotguns, revólveres e pistolas. Entre o material estavam também silenciadores, miras telescópicas e mais de 300 munições de vários tipos. No total, a polícia deteve 10 pessoas e identificou 75 indivíduos.

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