O leilão das 85 obras do pintor catalão Joan Miró que estavam à guarda do Estado português, após a nacionalização do BPN, foi cancelado pela Christie's.
A leiloeira justifica a decisão em comunicado com as «incertezas legais» à volta da coleção.
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A leiloeira disse que o cancelamento resulta «da disputa nos tribunais portugueses«, na qual «não é parte interessada».
«Apesar de a providência cautelar não ter sido aprovada, as incertezas jurídicas criadas por esta disputa em curso significam que não podemos oferecer as obras para venda de forma segura», lê-se.
Secretário de Estado dá explicações.
«Bom senso», diz o PS. As outras reações políticas.
«Nós temos a responsabilidade, perante os nossos compradores», de garantir «que a propriedade pode ser transferida sem problemas» de qualquer ordem, acrescenta o comunicado da Christie's.
«Porque a decisão do tribunal põe em questão, nesta altura», a segurança dessa transferência, «a Christie's decidiu retirar as obras de leilão».
«Esperamos que as partes nesta disputa possam resolver o seu diferendo em tempo útil», conclui.
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Quanto às consequências do cancelamento do leilão a leiloeira Christie's não se pronuncia. Questionada pela Lusa, sobre uma eventual indemnização pela não realização da venda, a leiloeira disse: «Os termos do contrato são uma matéria que só diz respeito a nós e ao vendedor».
Também não adiantou informação sobre o destino dos quadros, como um eventual regresso a Portugal ou a sua manutenção em Londres.
A Lusa aguarda comentários da Parvalorem, a empresa estatal constituída para a recuperação de créditos do antigo Banco Português de Negócios, após a sua nacionalização.
O secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, já fez uma declaração à imprensa sobre a questão, no Palácio da Ajuda, em Lisboa. O governante justificou a decisão de venda com a época de necessidade que o país está a viver.
Atualizado às 18:17
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