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Criança queimada com óleo ainda aguarda indemnização

Caso regressa, seis anos depois, a tribunal, precisamente para decidir indemnização

Seis anos depois do acidente que queimou 40 por cento do corpo da filha e após a condenação dos culpados em processo-crime, os pais da pequena Iara voltaram a tribunal, esta quarta-feira, em busca da devida indemnização.

«A Iara é uma criança revoltada, com baixa autoestima, anorexia nervosa e stresse pós-traumático. É uma criança sem gosto pela vida», contou à Lusa Sara Ribeiro, mãe da menor que em agosto de 2006 foi queimada com óleo a ferver, num café do Porto.

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Em 2009, o tribunal do Porto condenou a cozinheira e um dos gerentes do café Deu La Deu a penas de multa de cerca de mil euros, cada um, pelo crime de ofensa à integridade física por negligência grave. O tribunal do Porto deu então como provado que a cozinheira violou o dever objetivo, ao decidir fazer o transporte de óleo a ferver em balde aberto e por um corredor estreito ao qual o público tinha acesso. Durante o trajeto entre a cozinha e o terraço, aonde se encontrava o recipiente próprio para acondicionar o óleo usado, deu-se o embate entre a cozinheira e Iara Maubert, então com seis anos.

Esta quarta-feira, arrancou, no Palácio da Justiça do Porto, o julgamento do processo cível contra a cozinheira, o gerente, o dono e a sociedade proprietária do café. Está em causa um pedido de indemnização de 700 mil euros.

A versão contada esta quarta-feira pela cozinheira, dada como culpada em julgamento anterior, responsabiliza a própria criança de seis anos, que terá «embatido» e «com força» no balde com oito litros de óleo quente que «chapinhou» e «transbordou um bocadinho».

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A ré contou ainda que tinha por hábito esperar que o dito óleo arrefecesse antes de o transportar pelo corredor para o «bidão» no terraço, algo que falhou nesse dia porque «tinha de ir a uma consulta no dentista».

O tribunal ouviu também o gerente do café (ilibado em julgamento anterior), que, depois do acidente e enquanto os pais prestavam socorros à menina e aguardavam por uma ambulância, foi «limpar o chão porque estava escorregadio».

A menina ficou com 40 por cento do corpo queimado e tem sido sujeita a várias cirurgias e tratamentos na Corunha, Espanha.

Previamente a este julgamento foi interposta uma providência cautelar para o pagamento de uma pensão imediata, tendo sido decidida uma mensalidade de 250 euros a ser paga pelos réus. A falta dos pagamentos obrigou, entretanto, à execução de penhoras no café.

O julgamento prossegue esta tarde, estando marcada nova audiência para a manhã de quinta-feira para ouvir as restantes testemunhas após o que serão efetuadas as alegações finais.

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