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Frielas: polícia não deixa ciganos ficar

PSP não vai deixar comunidade da Quinta da Fonte «acampar» na zona

Artigo actualizado às 20h34

A comunidade cigana da Quinta da Fonte não vai poder acampar esta noite em Frielas, local onde se encontram as 53 famílias ciganas desde esta manhã, depois da polícia as ter retirado, sob forte dispositivo policial, cerca das 6h00 da manhã, do jardim fronteiriço à câmara de Loures.

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O comissário Jorge Resende da Silva, comandante da divisão de Loures da PSP, garantiu ao PortugalDiário que «caso a intenção de acampar no local seja efectivada a polícia intervirá».

De facto, vários elemntos das famílias ciganas já manifestaram vontade em ali ficar durante a noite, junto ao lavadouro, ao pé da ponte de Frielas. Mas a PSP «não permitirá».

O mesmo responsável afirmou ainda que as famílias vão ser avisadas da «ilegalidade» e só depois serão obrigadas a retirar.

Ciganos: veja as fotos

A partir do momento que a comunidade decida «acampar» caberá ao comissário determinar o momento de agir. «A opção técnico-táctica é minha, não há horas marcadas. Mas primeiro serão avisados», acrescentou.

Segundo as autoridades, no local permanecem cerca de «50/60 pessoas». Já agentes de segurança estão «uma dezena» apoiados por três viaturas.

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«Vamos para a câmara outra vez»

Álvaro Cunha, presidente da junta de freguesia de Frielas, firmou ao PortugalDiário «compreender» a situação da comunidade cigana, mas admitiu sentir-se «incomodado com a sua presença» junto à ponte de Frielas. «Incomoda-me de uma certa forma, porque acaba por criar problemas à população. Mas entendo que a situação deles não é boa», explicou.

O autarca disse ainda estar de acordo «com a atitude que a câmara de Loures está a tomar». «Penso que esta gente tem direitos, mas a verdade é que já lhes deram uma casa e agora querem outra», defende.

Questionado sobre a possibilidade de ocorrerem incidentes se a polícia agir para retirar as famílias, Álvaro Cunha «não tem receio». «Não acredito que haja problemas com eles. Não os têm criado, não é aqui que os vão criar», termina.

De um lado para o outro

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Depois da primeira expulsão logo pela manhã, por volta das 15h20, os agentes de segurança voltaram a retirar as famílias, que estavam junto à rotunda. A maioria afastou-se para zonas relvadas próximas, mas três horas depois, a PSP voltou a pedir que saissem. Desta vez, as famílias reagiram e argumentaram estar a ser «vítimas de atitudes racistas».

Mais uma vez, a comunidade cigana não foi para longe e juntou-se no lavadoro, junto à ponte de Frielas. Os ânimos estão em baixo e as famílias começam a entrar em desespero. Neste final de tarde, muitos começaram a rezar, numa oração conjunta. Outros já falam em greve de fome.

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