«Isto é uma atitude racista do Estado», considera José Falcão, activista do movimento SOS Racismo, que esta manhã se deslocou à concentração de ciganos da Quinta da Fonte.
Em declarações ao PortugalDiário, José Falcão interroga-se sobre a legitimidade da actuação da polícia na expulsão das famílias ciganas do jardim fronteiriço à autarquia de Loures.
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«Eu gostava de saber porque é que quando os camionistas e as empresas de camionagem pararam o País de uma ponta à outra não houve intervenção policial. E porque que é que as pessoas que não têm uma casa temporariamente - e por causa dos problemas que toda a gente sabe - são escorraçados da câmara de Loures». Por isso, Falcão não tem dúvidas «Há dois pesos e duas medidas».
O activista contra o racismo descreve o bairro da Quinta da Fonte como um «barril de pólvora, para onde foram escorraçadas pessoas para não incomodarem a vista a uma série de gente, e para que os terrenos pudessem ser especulados».
José Falcão também aponta o dedo aos construtores de bairros sociais como o da Quinta da Fonte, alegando que as autarquias nem sequer controlam a construção dos imóveis. «Os patos bravos da construção civil fizeram o que lhes apeteceu nestes bairros, onde não houve controlo por parte das autarquias», disse.
O aumento da presença policial na Quinta da Fonte não é uma solução que José Falcão defenda neste caso, até porque, como recorda, «estava a polícia lá e as casas foram vandalizadas».
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