A Associação de Recicladoras de Plástico (ARP) está contra a criação de um imposto, já aprovado pelo Governo, sobre os sacos de plástico. Isso fará, não só, com que se tenha de importar mais matéria-prima, como pode prejudicar a reutilização que é feita por muitas famílias, que usam os sacos de plástico para embalar as compras, primeiro, mas também para o lixo doméstico, depositanto-o depois nos contentores. O que o Conselho de Ministros determinou é que haverá uma taxa de oito cêntimos por cada saco. «Um saco de plástico passaria a ser mais tributado do que os combustíveis e o tabaco».
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«A indústria da reciclagem está preocupada» com o projeto de lei de tributação ambiental, até, porque, em Portugal, «mais de metade dos sacos de plástico já são reciclados», advertiu o empresário, que integra também a direção da Associação Portuguesa da Indústria de Plásticos (APIP). Ricardo Pereira falava à margem do 30º Seminário dos Plásticos, organizado pela APIP, que decorre esta sexta-feira e no sábado na Mealhada.
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O presidente da Associação de Recicladoras de Plástico não tem dúvidas em classificar a medida como «uma estupidez», prometendo que as empresas do setor vão fazer tudo que seja chumbada no Parlamento. «Um saco de plástico passaria a ser mais tributado do que os combustíveis e o tabaco», enfatizou.
O jurista Carlos Silva Campos disse que o novo imposto, integrado nas propostas do Governo na área da fiscalidade verde, «tem como único objetivo arranjar dinheiro». «É uma medida mal pensada por pessoas que não ouviram ninguém».
A ARP, segundo Ricardo Pereira, concorda com «uma moderação no consumo de sacos de plástico», devendo a aposta do Estado centrar-se na educação dos consumidores.
As empresas recicladoras aceitariam mesmo «uma taxa menor» por cada saco, desde que as receitas «fossem aplicadas em iniciativas de educação». «Não somos contra o princípio da fiscalidade verde», esclareceu.
Também o presidente da Associação Portuguesa da Indústria de Plásticos, Marcel de Botton, defende que o combate ao consumo de sacos de plástico «é uma questão de educação». Na medida proposta pelo Governo, «este princípio está invertido», além de «estarem a matar uma indústria» constituída por pequenas e médias empresas (PME), disse à Lusa Marcel Botton.
«Que haja um imposto, sim, mas que não seja 500 por cento do valor real de um saco», que valerá «apenas um ou dois cêntimos», criticou.
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