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Portugal em segundo nas desigualdades sociais da Europa

Só a Letónia está pior do que nós

ACTUALIZADA ÀS 21h55

Portugal apresenta o segundo valor mais alto no índice de desigualdade social da União Europeia, indica o livro «Desigualdades Sociais 2010 - Estudos e Indicadores», lançado esta quinta-feira pelo Observatório das Desigualdades.

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O livro indica que a Letónia é o país com mais desigualdade na distribuição de rendimentos, mas logo a seguir vêm, ex-aequo, Portugal, Bulgária e Roménia, refere o estudo apresentado no Instituto Superior das Ciências do Trabalho e da Empresa, em Lisboa, e citado pela Lusa.

No que toca às diferenças de rendimento total entre os mais ricos e os mais pobres Portugal está no quarto lugar da lista dos países mais desiguais.

O rendimento dos 20 por cento da população mais ricos é 6,1 vezes superior ao dos 20 por cento mais pobres, concluiu a equipa coordenada pelo investigador Renato Miguel do Carmo.

Usando dados de 2007, os responsáveis pela investigação concluíram também que 18 por cento da população estava em risco de pobreza em 2007, com especial incidência para os jovens até aos 17 anos (23 por cento em risco) e para os idosos com mais de 65 anos (22 por cento).

«A baixa escolaridade, o desemprego, a monoparentalidade, o número elevado de filhos e viver só são factores que contribuem para elevar a taxa de risco de pobreza», indica-se no livro.

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Um dos factores que mais contribui para aumentar este risco de pobreza é o desemprego, que no último trimestre de 2009 afectava mais 504 mil portugueses, contando com os inscritos no Instituto de Emprego e Formação Profissional.

Três quartos deste meio milhão de pessoas só tinham estudado até ao 9º ano de escolaridade.

A maior parte destes desempregados tinha entre 35 e 54 anos. Nesta faixa etária, o desemprego em Dezembro de 2009 aumentou 30,1 por cento face ao que se verificava em Dezembro de 2008.

Os investigadores registaram que o maior aumento de desemprego de 2008 para 2009 se registou entre pessoas que tinham concluído no máximo o ensino secundário, com uma taxa de 34 por cento.

Nas conclusões, a equipa do Observatório das Desigualdades estabelece que «a economia portuguesa depara-se não só com o problema das baixas qualificações da população trabalhadora, mas também com a questão da baixa oferta de emprego de qualificação intermédia».

Planeamento a médio e longo prazo

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O ex-presidente da República Jorge Sampaio e o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros Freitas do Amaral defenderam o planeamento a médio e longo prazo como forma de tornar Portugal um país com menos desigualdades.

«São precisos planos de médio e longo prazo, em que as populações, os técnicos e os cientistas reflictam sobre o país que queremos e que estamos a construir», afirmou Freitas do Amaral.

Freitas do Amaral frisou a necessidade de se voltar a pensar «na agricultura e na política industrial e fugir à tendência facilitista de só se discutir o dia-a-dia».

Jorge Sampaio defendeu também que é preciso «um plano a longo prazo para reduzir as desigualdades sociais», através da «elevação dos níveis educativos» e contando com o trunfo da «coesão nacional» portuguesa.

O ex-chefe de Estado defendeu que só com uma estratégia que não olhe só para «as próximas eleições ou para o tempo de um mandato» é que se conseguem «justificar os sacrifícios» pedidos à população.

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