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Risco da atividade dos bombeiros pode ser menorizado, diz Governo

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Aposta na qualificação e melhoria dos equipamentos e comunicações pode minimizar os riscos

O secretário de Estado da Administração Interna, João Almeida, defendeu esta segunda-feira que os riscos inerentes à atividade dos bombeiros não podem ser eliminados, mas podem ser menorizados com a aposta na qualificação e melhoria dos equipamentos e comunicações.

«A atividade dos bombeiros é de risco e este não pode ser eliminado, mas pode ser menorizado. O risco não pode ser evitado, mas pode e deve ser combatido com medidas claras», sustentou.

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Numa cerimónia de homenagem aos bombeiros da corporação de Carregal do Sal mortos e feridos no combate às chamas do verão de 2013, o representante do Governo sublinhou que o melhor tributo é evitar que este tipo de situações volte a acontecer.

«É por isso que temos trabalhado, no sentido de aprofundarmos a formação: ter mais formação e com mais qualidade, ter mais treino com mais qualidade, melhores equipamentos de proteção, melhores comunicações e condições no terreno para que os bombeiros desempenhem com mais segurança a sua missão», apontou.

João Almeida sustenta ser necessária «uma melhor estabilidade em todo o sistema», informando que o Governo está a trabalhar até ao final do ano numa lei de financiamento para os bombeiros.

Trata-se de uma lei de financiamento que «permita aos bombeiros portugueses não passarem pela situação de terem de estar sempre a pedir o que é seu por direito e poderem ter um financiamento estável e digno que lhes permita o exercício da funções de proteção e socorro com uma dignidade que hoje em dia não é possível».

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No entanto, o secretário de Estado da Administração Interna admitiu que tudo o que está a ser feito «é pouco».

«Muito mais mereciam aqueles que perderam a sua vida e os que sofreram para futuro consequências no combate desigual que travaram», acrescentou.

Na cerimónia, que assinalou o feriado municipal de Carregal do Sal, foram homenageados a título póstumo os bombeiros Cátia Dias e Bernardo Cardoso, a quem foram atribuídas as medalhas de ouro de cidadãos honorários.

Carlos Dias viu a filha de 21 anos desaparecer no incêndio da Serra do Caramulo a 29 de agosto do ano passado, recebendo com o rosto carregado de emoção o reconhecimento pelo trabalho que desenvolveu enquanto soldada da paz.

A dor e o sofrimento pela perda não o impedem de continuar a vestir a farda de bombeiro, sublinhando que «a vida continua e é preciso ter força para enfrentar a realidade e continuar a servir a comunidade».

«Temos que ser fortes, por muita que seja a dor. Os dias vão passando e as coisas ficam um tanto ou quanto mais leves no sentido da aparência, mas o sofrimento está cá dentro», admitiu.

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Com as medalhas de ouro de mérito municipal e humanitário foram homenageados dois dos sobreviventes do mesmo incêndio, Nuno Pereira e José Sabino, que realçaram no final da cerimónia que têm recebido todos os apoios necessários.

Aos jornalistas, o presidente da Liga de Bombeiros Portugueses, Jaime Soares, garantiu que as famílias dos bombeiros estão «a receber todo o apoio ao alcance das estruturas».

«Temos agora uma verba suplementar que veio do Governo de Timor, que chega com a definição de como deve ser distribuída. Pensamos, dentro de dias, dar início a essa distribuição», referiu.

Jaime Soares explicou que se trata de «um subsídio complementar para os familiares dos mortos» e de «um subsídio de invalidez, à dimensão de incapacidade de cada um».

«O resto dessa verba será distribuído por todas as associações e corpos de bombeiros de Portugal», concluiu.

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