A mãe de Alexandra Zaburin, a menina russa que viveu com uma família de Barcelos durante quatro anos, diz que recebeu várias propostas de trabalho e ajuda caso regressasse a Portugal, mas recusou-as por recear que lhe tirem a filha.
Uma câmara municipal ofereceu-se para dar à família Zarubin um apartamento perto da terra do casal Pinheiro, que acolheu Alexandra, uma empresa portuguesa ofereceu-se para abrir um café para a mãe da menina gerir e um conhecido homem de negócios português prontificou-se ainda a pagar todas as despesas com a viagem dos Zarubin para Portugal se Natália Zaburin voltasse com a filha, disseram à Lusa fontes próximas das duas famílias (Zaburin e Pinheiro).
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A câmara municipal, a empresa e o homem de negócios em causa pediram anonimato para que este caso não seja utilizado politicamente, nem seja visto como oportunismo político, segundo as mesmas fontes.
Porém, Natália recusou a proposta, sublinhando que teme perder a filha: «Eu regresso e a família portuguesa começa outra vez a recorrer aos tribunais para me retirarem a menina, voltam a acusar-me de alcoólica, prostituta... Não, não posso aceitar essa proposta», disse à Agência Lusa.
«Além disso, os meus pais são pessoas idosas, nada terão a fazer em Portugal. São idosos e não se irão sentir bem, estão habituados à vida na Rússia, não querem ir para lado nenhum», acrescentou.
Porém, Natália não recusa apoio material dos portugueses: «Se querem ajudar a Alexandra e a mim, que enviem apoio material. Eu assim poderei melhorar as condições de vida aqui, na Rússia, arranjar uma casa normal, etc».
Serguei Zarubin, avô de Alexandra, revelou à Lusa que as autoridades locais de Pervomaisk, onde fica a vila de Pretchistoe, onde a família vive, ofereceu quinze dias de férias a Natália e às duas filhas numa casa de repouso.
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«Elas partirão amanhã [terça-feira] e irão descansar quinze dias. Natália está neste momento a receber essa oferta da Junta de Freguesia, pois precisa de descansar», sublinhou o avô.
Alexandra, de seis anos e filha de uma imigrante russa, estava à guarda de uma família de Barcelos há quatro anos quando uma decisão do Tribunal da Relação de Guimarães, confirmada pelo Supremo Tribunal de Justiça, determinou a sua entrega à mãe.
A criança passou a viver recentemente com a mãe e os avós numa cidade russa, a 350 quilómetros de Moscovo.
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