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Porto: trasfega ilegal de gás terá originado explosão

PDiário: Transferência realizada sem condições de segurança. Comerciante constituído arguido. Especialista não acredita que causa tenha sido fuga de gás devido às características da explosão e estranha que «três botijas tivessem libertado gás ao mesmo tempo»

O proprietário da mercearia situada no edifício que explodiu no passado dia 27 no Porto foi constituído arguido no processo de inquérito, disse ao PortugalDiário fonte da Policia Judiciária (PJ). As autoridades suspeitam que o comerciante fizesse trasfega ilegal de gás e que tenha havido acumulação de gás resultante dessa operação. Depois, bastava uma pequena faísca, até provocada por algum electrodoméstico ou pelo acender de um interruptor, para provocar a ignição.

A transferência de gás efectuava-se de botijas grandes para garrafas pequenas, e seria realizada com uma mangueira vulgar, sem condições de segurança. O comerciante poderá ser acusado de homicídio por negligência, incorrendo numa pena até três anos de prisão, por negligência grosseira, que lhe poderá atribuir uma pena até cinco anos, ou responder pelo crime de detenção e comercialização de substâncias explosivas, punido com prisão até três anos.

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Durante a investigação foram ainda descobertas 22 botijas, 17 encontravam-se cheias e intactas e apenas cinco estavam vazias, sendo que duas estariam a ser utilizadas nos pisos superiores.

«Não acredito que tenha sido gás», afirmou ao PortugalDiário fonte ligada a uma empresa petrolífera. «É muito estranho que três botijas tivessem libertado gás ao mesmo tempo». Teoricamente, «com as condições apropriadas, seria possível que provocassem uma explosão com tanto impacto». Contudo, a mesma fonte explica que «uma explosão espoletada por gás ocorre em todos os sentidos», o que não aconteceu neste caso, já que houve uma «explosão para a frente».

Testemunhas que chegaram ao local imediatamente após o rebentamento afirmaram que se sentia cheiro a gás. O comandante dos Sapadores Bombeiros do Porto, Luís Nobre, explicou ao PortugalDiário que é normal não houvesse nenhum odor porque «o gás existente teria sido consumido pela explosão».

A PJ aguarda agora um parecer do laboratório técnico e de uma entidade independente antes de divulgar as conclusões sobre o que terá causado a explosão. O relatório deverá estar concluído ainda esta semana.

O rebentamento causou a morte a duas pessoas e várias ficaram feridas. O prédio em que ocorreu a explosão desapareceu, outro teve de ser demolido e os estragos estenderam-se a dezenas de outros edifícios.

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