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Crise: hospitais cortam em medicamentos e horas extra

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Pelo menos 13 unidades adoptaram já medidas de contenção de custos pedidas pelo Governo

Pelo menos 13 hospitais adoptaram já medidas de contenção de custos, como racionalização da prescrição de medicamentos e redução das horas extraordinárias, em resposta ao repto do Governo para apresentarem planos de redução de despesa.

A 24 de Maio, a ministra Ana Jorge deu 20 dias aos hospitais para apresentarem o plano, que integra um pacote de dez medidas para poupar 50 milhões de euros no Serviço Nacional de Saúde.

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Onde cortam os hospitais

O Centro Hospitalar de Lisboa Central (hospitais de S. José, Capuchos, Santa Marta e Estefânia), já desenvolveu «diversas medidas», mas está a identificar a possibilidade de reduzir ainda mais as despesas através da renegociação dos contratos com fornecedores e redução das horas extraordinárias na urgência.

No Centro Hospitalar do Porto (CHP, que engloba Santo António, Maria Pia e Maternidade Júlio Dinis) a orientação é «identificar e adoptar medidas de racionalização em todas as áreas».

«Face à situação económico-financeira desfavorável do CHP, muitas das medidas descritas constavam já do plano de redução do défice para 2010», disse à Lusa o presidente do Conselho de Administração (CA).

Como medidas mais imediatas, Pedro Esteves aponta a prescrição electrónica da medicação cedida em ambulatório e em hospital de dia, a racionalização de prescrição de alguns medicamentos (paracetamol e antimicrobianos) e a obrigatoriedade dos fármacos inovadores e os medicamentos para oncologia e sida serem prescritos por equipas multidisciplinares.

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Na Maternidade Júlio Dinis, o sistema de aquecimento a fuel será substituído por outro a gás e será lançado um concurso para aquisição de electricidade a fornecedores alternativos à EDP. A nível dos recursos humanos, a ordem é não substituir pessoal aposentado e congelar os concursos de progressão.

As medidas do Hospital Distrital da Figueira da Foz incidirão sobretudo na redução de horas extraordinárias, dos custos de consumíveis clínicos e dos fornecimentos e serviços externos através de renegociação de contratos.

Serão ainda reavaliadas as compras de alguns medicamentos e os protocolos clínicos relativos aos meios complementares de diagnóstico e terapêutica, segundo o presidente do CA, José Sousa Alves, que assegurou que «o impacto das medidas não comprometerá as respostas dadas aos utentes».

Poupança já não é de agora

As «medidas de austeridade» não são novidade no Hospital do Espírito Santo de Évora (EPE), que há três anos desenvolveu um plano que «contribuiu significativamente» para reduzir os défices orçamentais anuais, avançou a presidente do CA.

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O objectivo agora, segundo Filomena Mendes, é reduzir as horas extraordinárias, rever os preços de prestações de serviços médicos externos e restringir as admissões, os pagamentos relativos a formação externa, os exames requisitados ao exterior e os transportes.

Serão revistos os protocolos relativos aos grupos fármaco-terapêuticos (antibióticos, oncológicos, VIH, neurológicos e anti-infecciosos), controlado o fornecimento de refeições a doentes e revistos gastos de energia e água.

O Hospital Distrital de Santarém EPE ainda está a elaborar o seu plano e o Garcia de Orta (Almada) viu prolongado o prazo por o CA ter tomado posse a 01 de Junho.

O Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (São Francisco Xavier, Egas Moniz e Santa Cruz) e o Hospital de Santa Maria só divulgarão as medidas depois de apresentarem o plano à tutela.

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